Montenegro mantém direitos e destaca tranquilidade no debate sobre rendimentos
Augusto Santos Silva defende que os direitos não transformam cidadãos em suspeitos, sublinhando que a decisão do Tribunal Constitucional deve ser aguardada calmamente.

O socialista Augusto Santos Silva afirmou, em declarações à margem de uma tertúlia no Porto, que o primeiro-ministro Luís Montenegro não se vê diminuído por ter solicitado a oposição à divulgação pública da sua declaração de rendimentos. Na sua opinião, o exercício de um direito legal não deve levar a que as pessoas sejam vistas como suspeitas.
"Acho que recorrer aos seus direitos não torna ninguém suspeito", destacou Santos Silva, reforçando que todos têm igual direito de proteção, independentemente de quem sejam. "Neste caso, não é apenas um João; temos um Luís com os mesmos direitos", frisou.
O antigo ministro, que se pronunciará na próxima quarta-feira sobre uma possível candidatura às eleições presidenciais de 2026, sublinhou a importância das declarações de interesses por parte de figuras públicas. Contudo, manifestou a sua preocupação quanto a exigências que considera desnecessárias e que apenas aumentam a carga de trabalho.
"Eu, por exemplo, não sabia que um carro a gasolina tinha quilowatts", ironizou, referindo-se a situações que podem causar confusão. "O primeiro-ministro recorreu ao Tribunal Constitucional, e estou certo de que a decisão será aguardada com serenidade", acrescentou.
Questionado sobre a sua eventual candidatura, Santos Silva evitou entrar em detalhes, não confirmando se já tinha discutido o tema com o secretário-geral do Partido. Na última sexta-feira, ele comentou a decisão de António Vitorino de não se candidatar, afirmando que isso o leva a repensar sua própria posição. "Tenho de considerar as diversas candidaturas que existem e, possivelmente, a minha própria", concluiu.