Primeira-ministra da Tailândia é suspensa após polémica

O Tribunal Constitucional da Tailândia decidiu hoje suspender a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra enquanto aguarda a conclusão de um processo judicial iniciado após a revelação de uma conversa telefónica com o ex-primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen.

Os juízes, de forma unânime, aceitaram uma petição apresentada por aproximadamente 30 senadores conservadores, que acusam Shinawatra de "grave violação ética". Este processo foi despoletado por uma chamada em que a primeira-ministra questionava o papel de um alto comandante do exército tailandês, durante um conflito fronteiriço entre a Tailândia e o Camboja.

A suspensão de Shinawatra, aprovada por sete votos a favor e dois contra, irá manter-se "até à decisão final do Tribunal Constitucional", podendo este processo demorar várias semanas ou meses, conforme indicado no comunicado do tribunal.

Após a decisão, Paetongtarn Shinawatra comentou que aceita a decisão do tribunal e reiterou: "Sempre foi minha intenção agir no melhor interesse do meu país."

Com a primeira-ministra suspensa, o vice-primeiro-ministro Suriya Jungrungruangkit deverá assumir o cargo de primeiro-ministro interino, embora ainda não haja confirmação oficial dessa transição.

A China expressou esperança pela manutenção da "estabilidade" na Tailândia após esta decisão judicial, afirmando que como vizinho, deseja o desenvolvimento contínuo do país.

Vale lembrar que, no dia 24 de junho, o rei Maha Vajiralongkorn ratificou uma remodelação ministerial após a saída do partido Bhumjaithai da coligação governamental em virtude da controvérsia relacionada com a mencionada chamada telefónica.

No dia seguinte, o parti anunciou uma moção de censura contra Shinawatra a ser discutida no Parlamento a 3 de julho. Além disso, a líder enfrenta investigações por alegadas violações éticas promovidas pela agência anticorrupção da Tailândia.

No sábado, Banguecoque foi palco de manifestações com milhares de pessoas a exigirem a renúncia da primeira-ministra, empunhando bandeiras e expressando a sua indignação.

Por fim, o julgamento de Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro e pai de Paetongtarn, começou hoje na capital, onde é acusado de difamar a monarquia.