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Líbia sob pressão para reforçar medidas contra imigração ilegal no Mediterrâneo

A Europa intensifica a pressão sobre a Líbia para conter o aumento das travessias ilegais de migrantes, com visitas oficiais a exigir ação eficaz.

há 5 horas
Líbia sob pressão para reforçar medidas contra imigração ilegal no Mediterrâneo

No contexto do aumento alarmante das travessias ilegais de migrantes no Mediterrâneo, o comissário europeu para as migrações, Magnus Brunner, expressou hoje, em Atenas, a determinação da Europa em adotar uma abordagem "firme" em relação às autoridades líbias. A sua visita à Líbia está agendada para a próxima semana, com a presença de representantes governamentais da Grécia, Itália e Malta, com o objetivo de exigir medidas mais rigorosas para impedir a saída de embarcações com migrantes em direção à Europa.

Brunner destacou a urgência com que a situação deve ser abordada: "Este é um tema que nos preocupa profundamente atualmente. A Líbia é uma prioridade na nossa agenda. É imperativo agir com rapidez e firmeza", declarou durante uma conferência em Atenas.

Durante as discussões com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, o comissário europeu informou que a delegação tem planeado encontros com representantes do Governo líbio reconhecido pelas Nações Unidas, localizado em Tripoli, bem como com a autoridade rival situada na região oriental do país.

A recente mudança na política grega inclui o envio de navios de guerra para águas internacionais, face ao aumento das travessias a partir da Líbia em direção à ilha de Creta, numa rota identificada como mais arriscada em comparação com as travessias frequentes entre a Turquia e as ilhas gregas.

Até 2023, a Líbia tem sido o ponto de partida de centenas de migrações, sendo que um trágico naufrágio envolvendo o arrastão de pesca "Adriana", que transportava migrantes para a Itália, resultou na morte de várias pessoas ao largo das costas gregas.

Recentemente, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) relatou que, desde o início de 2025, foram resgatados 11.526 migrantes, com 382 crianças entre os recuperados, todos devolvidos à Líbia. Durante o mesmo período, foram registadas 265 mortes e 277 desaparecidos nas águas do Mediterrâneo.

A Líbia tem-se tornado, nos últimos anos, uma importante rota de passagem para migrações, especialmente de pessoas oriundas de África e do Médio Oriente que aspiram a alcançar a Europa através do Mediterrâneo. Este ano, o país voltou a destacar-se como o principal ponto de partida na rota do Mediterrâneo Central, que inclui também a Argélia e a Tunísia, tendo como principais destinos as costas de Itália e Malta.

A deterioração da situação política e de segurança no país, desde a queda de Muammar Kadhafi em 2011, transformou a Líbia num terreno fértil para redes de tráfico de seres humanos, bem como para casos de sequestro e violações dos direitos humanos.

A OIM tem promovido um programa de retorno voluntário assistido, considerado "uma salvação" para migrantes que desejam regressar às suas terras de origem.

Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Líbia abriga atualmente mais de 92 mil refugiados e requerentes de asilo, muitos dos quais são originários do Sudão.

Em 2025, das 29.705 pessoas que chegaram às costas italianas provenientes do norte de África, 26.893 partiam da Líbia.

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