Alemanha e Ucrânia estabelecem colaboração na produção de drones de longo alcance

A Alemanha e a Ucrânia deram início a uma parceria estratégica ao assinar o seu primeiro contrato para a produção conjunta de drones de longo alcance, como noticiado pela imprensa alemã. Este acordo surge no contexto do reforço do apoio de Berlim à Ucrânia, face à invasão russa.

De acordo com o jornal Die Welt, o contrato foi firmado após a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha a Kiev. A iniciativa contempla a produção de mais de 500 drones Antonov-196 (AN-196), que possuem um alcance de voo de 1.200 quilómetros e são capazes de transportar até 50 kg de explosivos. A produção destes drones kamikaze está prevista para começar nos próximos meses.

A Ucrânia já demonstrou êxito na fabricação de drones avançados para atacar alvos dentro da Rússia. Além deste projeto, a Alemanha está a cofinanciar pelo menos três iniciativas para a produção de drones na Ucrânia, de acordo com a agência Ukrinform.

O ministro alemão, Johann Wadephul, afirmou em Kiev que o seu país pretende estabelecer joint ventures com empresas ucranianas para acelerar a produção de armamento, dada a grande necessidade de defesa que a Ucrânia enfrenta. Wadephul destacou: “Queremos ajudar a Ucrânia a negociar com mais firmeza” e frisou a importância de uma cooperação em armamento, que, segundo ele, beneficia ambas as partes.

Apesar das tentativas recentes de diálogo entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, os ataques russos têm ocorrido diariamente, com mísseis balísticos e drones a visarem tanto infraestruturas civis quanto militares.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, expressou agradecimento pela ajuda da Alemanha na defesa aérea da Ucrânia, solicitando mais sistemas antimíssil para combater os ataques aéreos russos, que visam criar pânico entre a população civil.

Em adição, o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, comprometeu-se a assistir a Ucrânia no desenvolvimento de armamento de longo alcance, sem limitações impostas pelo Ocidente.

Num esforço paralelo, a Letónia também anunciou o envio de 42 veículos blindados de transporte de pessoal e outros materiais militares para apoiar a Ucrânia na sua luta contra a agressão russa. O ministro letão da Defesa, Andris Spruds, reiterou o compromisso do seu país em fornecer assistência militar à Ucrânia, equivalente a 0,25% do seu Produto Interno Bruto.

A Rússia iniciou a invasão da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, alegando a necessidade de proteger minorias pró-russas no leste da Ucrânia e justificar uma "desnazificação". Desde então, a Ucrânia tem se distanciado da influência russa, buscando aproximação com a Europa e o Ocidente, enquanto a guerra já causou inúmeras baixas tensas em ambos os lados.