Política

Estratégias Contrastantes: Campanha Eleitoral Mais Económica, mas Chega Alarga Investimento

há 2 semanas

Os partidos apostam numa contenção de gastos para as legislativas de maio, com exceção do Chega, que duplica o orçamento eleitoral após assegurar 50 deputados.

Estratégias Contrastantes: Campanha Eleitoral Mais Económica, mas Chega Alarga Investimento

Após as recentes eleições antecipadas de 2024, a maioria dos partidos planeia uma campanha eleitoral menos dispendiosa para as legislativas de maio. No total, prevê-se um investimento de 8,45 milhões de euros, o que representa uma redução de mais de 2 milhões face aos gastos efetivamente registados no ano passado pelos partidos já representados no parlamento.

No entanto, a maioria dos partidos ajustou os seus orçamentos em resposta às derrapagens do ciclo anterior, tendo alguns, como a Aliança Democrática (AD) e o Partido Socialista (PS), optado por poupar cerca de 1,9 milhões de euros. Assim, a AD projeta um investimento total de 2,55 milhões de euros – uma diminuição de mais de 700 mil em relação aos 3,25 milhões de 2024 –, enquanto os socialistas limitam os seus gastos a 2,25 milhões, contando integralmente com a subvenção estatal.

Contrariamente à tendência geral, o Chega prevê um orçamento de 1,6 milhões de euros, o que representa mais do dobro dos 700 mil euros orçamentados em 2024. Esta quantia, distribuída de forma equitativa entre subvenção estatal e fundos próprios, ultrapassa os 1,3 milhões de euros gastos pelo partido na campanha de 2024 e reafirma uma aposta diferenciada, sendo o único partido com representação parlamentar a estimar um aumento dos gastos face à última eleição.

Outros partidos procuram ajustar as suas estratégias de comunicação para maximizar o impacto com menos investimento. A coligação PSD-CDS dedica 1 milhão de euros à conceção da campanha – um acréscimo de 250 mil euros em relação a 2024 – e aposta em estudos eleitorais e serviços de comunicação. Por sua vez, o PS reforça o investimento em propaganda digital e impressa, elevando-o para 420 mil euros, enquanto reduz, de forma substancial, os gastos com materiais físicos, como cartazes e ecrãs, recortando para 300 mil euros.

No âmbito da angariação de fundos, a Iniciativa Liberal (IL) destaca-se com 75 mil euros procedentes de financiamentos privados – cerca de 13% do seu orçamento total de 575 mil euros. Curiosamente, a AD, a Nova Direita e o Ergue-te também recorrem à angariação de fundos, registando montantes de 25 mil, 30 mil e 15 mil euros, respetivamente. Já entre os partidos à esquerda, apenas o PCP e o Bloco de Esquerda contam com recursos recolhidos através desta via, com 10 mil e 5 mil euros, respetivamente.

A CDU – aliança entre PCP, PEV e ID – e o Bloco de Esquerda adotam uma estratégia marcada pela contenção orçamental, com orçamentos reduzidos para 595 mil e pouco mais de 460 mil euros, respectivamente, em comparação com as previsões ou os gastos efetuados em 2024. Outros partidos como o Livre e o PAN mantêm valores similares ou ligeiramente inferiores aos verificados anteriormente.

Em destaque, o Juntos pelo Povo (JPP) projeta um orçamento de 55 mil euros, financiado totalmente pela subvenção estatal, sinalizando a esperança de ver a sua estreia no parlamento nacional após uma performance relevante nas eleições regionais da Madeira. Por outro lado, o Partido Trabalhista Português (PTP) adota uma postura de extrema contenção, com um orçamento declarado de apenas 100 euros, financiado exclusivamente com recursos próprios.

Os partidos que ainda não têm representação parlamentar preveem um gasto combinado de pouco mais de 126 mil euros. O ADN, o Volt Portugal e o Nós, Cidadãos! aguardam a apresentação dos seus orçamentos, conforme consta na página do Tribunal Constitucional.

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