Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos pedem voto útil nas legislativas, enquanto Rui Tavares destaca o risco de uma "maioria constitucional" à direita. Debate transmitido em várias rádios.
No decurso de um debate político que contou com a presença de várias forças com representação na Assembleia da República, incluindo a Aliança Democrática (AD), o Partido Socialista (PS), Chega, Iniciativa Liberal (IL), Bloco de Esquerda (BE), CDU, Livre e PAN, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos fizeram apelos ao que designam por voto útil, preparativos para as legislativas agendadas para 18 de maio.
O debate, transmitido em simultâneo nas rádios Antena 1, Renascença, TSF e Observador, foi realizado nas instalações da RTP, em Lisboa. Durante uma ronda de perguntas sobre estabilidade política, Montenegro e Santos não esclareceram as suas intenções em caso de derrota eleitoral, quanto à continuidade nas lideranças dos respetivos partidos e formação de um Governo de oposição.
Com a perspetiva de evitar um governo da AD, Pedro Nuno Santos insistiu que apenas uma vitória do PS poderá impedir tal cenário. Por seu turno, Luís Montenegro apelou aos eleitores indecisos e a quem anteriormente apoiou outros partidos que concentrem os seus votos na coligação PSD/CDS-PP, defendendo que tal ação é crucial para interromper a frequência eleitoral anual.
No entanto, Rui Tavares, co-porta-voz do Livre, despertou a atenção para sondagens que indicam que a direita poderá estar a cerca de quatro lugares de garantir uma "maioria constitucional", que implica dois terços dos deputados. Tavares sublinhou a necessidade urgente de mobilização da esquerda para evitar um cenário que considere "constitucionalmente perigoso".
André Ventura, do Chega, manifestou otimismo sobre a possibilidade de uma maioria na Assembleia da República entre o seu partido e o PSD, não descartando a viabilização de um Governo minoritário liderado por Montenegro. O líder do Chega, de maneira direta, afirmou que o seu partido "votará sempre contra" uma solução governativa à esquerda, desafiando a direita a optar pelo Chega se pretendem uma representação mais firme nas eleições.
Por sua parte, Rui Rocha, da IL, reiterou o compromisso do seu partido de se adaptar às circunstâncias políticas, enquanto destacou as suas propostas inovadoras nas áreas da habitação, saúde e redução de impostos.