Rui Tavares adverte sobre riscos de instabilidade com uma direita no poder

Hoje, durante uma distribuição de panfletos no Cais do Sodré, em Lisboa, Rui Tavares, porta-voz do Livre, manifestou a sua apreensão sobre a crescente acrimónia entre os partidos da direita, afirmando que essa situação poderá levar a uma grande instabilidade no país. “Acredito que no seio da direita há uma rivalidade intensa que poderá causar desordem. Estamos a viver momentos contraditórios em Portugal”, expressou Tavares.

O líder do Livre lembrou que a última legislatura foi dominada pela direita, alertando que uma repetição desse cenário poderia resultar em instabilidade. “Esta direita parece estar mais inclinada ao canibalismo político, como demonstraram as interações entre Chega e Aliança Democrática durante o seu curto mandato”, ironizou.

Tavares não poupou críticas à Iniciativa Liberal, acusando-a de ter rebaixado o padrão ético na governação, um parâmetro que, segundo ele, estava elevado há um ano. Ele insinuou que a IL estaria disposta a integrar um governo liderado por Luís Montenegro, caso este lhes ofereça “a chave do armário onde está a motosserra”.

Por outro lado, Tavares dirigiu também palavras à esquerda, lembrando que, embora concordem em aspectos como a defesa do Serviço Nacional de Saúde, a promoção da habitação pública e o investimento em educação, é crucial que assumam um compromisso mais audacioso em apresentar uma alternativa governativa consistente.

“O Livre está preparado para isso, e seria benéfico que os partidos progressistas e ambientalistas comunicassem, a pouco mais de duas semanas das eleições, qual é a sua visão para o futuro. Isso é fundamental para mobilizar os eleitores”, afirmou ele.

Tavares reforçou a posição do Livre: “Estamos prontos para assumir responsabilidades em propostas alternativas de governação. Se outros partidos se juntarem a nós nessa afirmação, a situação poderá mudar, e o eleitorado sentirá mais confiança em participar.”

Segundo a sua análise, se a esquerda efetivamente demonstrar estar disposta a colaborar para uma alternativa, poderá recuperar os votos perdidos após o colapso da `Geringonça`.

Apesar das sondagens indicarem uma maioria à direita para as próximas legislativas de 18 de maio, Tavares acredita que podem surgir surpresas, resultando em uma representação mais forte da esquerda, o que traria maior estabilidade ao país.