PCP propõe aumento imediato de salários em vez de esperar pela redução do IRS
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, sugere que o Governo pode impulsionar a economia aumentando salários e pensões já amanhã, em vez de aguardar medidas fiscais.

O líder do PCP, Paulo Raimundo, expressou hoje que o Governo tem a oportunidade de dinamizar a economia aumentando os salários dos trabalhadores imediatamente, antevendo a aprovação de uma redução no IRS.
"Recentemente, surgiu a informação de que o Executivo pretende acelerar a implementação da medida do IRS para agosto, justificando que a economia apresenta sinais de fraqueza. No entanto, não é necessário esperar: a solução é aumentar os salários e as pensões já amanhã. Isso permitirá que as pessoas tenham melhores condições para enfrentar o custo de vida, ao mesmo tempo que dinamiza a economia", afirmou.
Em frente à Assembleia da República, durante uma manifestação que reuniu centenas de trabalhadores da administração local, Raimundo enfatizou a importância destes profissionais, que são fundamentais para o funcionamento do país e para a criação de riqueza.
O secretário-geral do PCP sublinhou que o partido tem defendido o aumento dos rendimentos dos trabalhadores há vários anos, afirmando que esta necessidade "é inevitável, mais cedo ou mais tarde".
Além disso, Raimundo criticou o que chamou de "quinteto do retrocesso", referindo-se aos partidos que apoiam as políticas governamentais no parlamento, que, segundo ele, pretendem alterar leis laborais e restringir o direito à greve.
"Podem tentar impôr essas medidas, mas não terão sucesso. A força dos trabalhadores presentes hoje é significativa e não permitirá que isso aconteça", acrescentou.
O Governo apresentou, na passada quarta-feira, uma proposta na Assembleia da República que inclui uma redução adicional do IRS de 500 milhões de euros, com cortes variados entre os escalões de IRS. Este plano visa ser implementado já em agosto, com o intuito de estimular o consumo e travar o abrandamento económico.
Durante a marcha em Lisboa, os trabalhadores da administração local exigiram aumentos salariais e melhorias nos suplementos, devido ao aumento do custo de vida. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), as reivindicações incluem ajustes nos salários de todos os grupos, incluindo assistentes operacionais e técnicos superiores.
A proposta do STAL é acompanhada pela Frente Comum e outros sindicatos da Administração Pública, que solicitaram uma revisão salarial para que o salário mínimo alcance os 1.000 euros ainda este ano, com um aumento mínimo de 150 euros para todos.
Além disso, os trabalhadores reivindicam um aumento do subsídio de refeição, a valorização das suas carreiras e a reposição das mesmas na administração local.