As Nações Unidas necessitam de 196 milhões de euros para apoiar 1,4 milhões de moçambicanos afetados pela seca decorrente do 'El Niño'.
As Nações Unidas lançaram um apelo urgente por 222 milhões de dólares (196 milhões de euros) para socorrer aproximadamente 1,4 milhões de cidadãos moçambicanos afetados pela seca, que está relacionada com o fenómeno climático conhecido como 'El Niño'.
Um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), consultado pela Lusa, revela que, até ao momento, apenas 41,5 milhões de dólares (37 milhões de euros), ou seja, 19% do valor necessário, foi efectivamente comprometido.
O relatório destaca que este défice financeiro está a dificultar a capacidade dos organismos humanitários em oferecer ajuda adequada e em tempo útil aos que mais necessitam.
O financiamento requerido será distribuído de forma a responder a várias áreas críticas, sendo que 199 milhões de dólares (176 milhões de euros) serão alocados a questões de segurança alimentar e meios de subsistência, 11 milhões de dólares (9,7 milhões de euros) para água, saneamento e higiene, e 11,7 milhões de dólares (10 milhões de euros) para nutrição e proteção geral.
Até o momento, o OCHA conseguiu atingir cerca de 460 mil das 1,4 milhões de pessoas necessitadas de assistência.
Moçambique destaca-se como um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, tendo de enfrentar, ciclicamente, cheias e ciclones tropicais durante a época das chuvas, que se estende de outubro a abril.
O fenómeno de 'El Niño', que resulta de alterações na dinâmica atmosférica devido ao aumento da temperatura das águas oceânicas, também está a causar chuvas intensas na África oriental, provocando numerosas fatalidades em países como Quénia, Burundi, Tanzânia, Somália e Etiópia.