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Aumento alarmante de deslocados em Cabo Delgado devido a ataques armados

há 12 horas

Mais de 24.000 pessoas abandonaram as suas aldeias em Cabo Delgado, Moçambique, devido à intensificação de ataques de grupos armados, segundo a ONU.

Aumento alarmante de deslocados em Cabo Delgado devido a ataques armados

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) revelou que, desde janeiro, cerca de 24.000 indivíduos foram forçados a deixar suas residências em sete distritos da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, em consequência de novas incursões de grupos armados.

O relatório, acessível à Agência Lusa, sublinha que os distritos mais afetados incluem Macomia, Meluco, Mocímboa da Praia, Montepuez, Muidumbe, Nangade e Ancuabe, onde se registaram 14.929 deslocações.

Desde outubro de 2017, Cabo Delgado, que é rico em gás, vive sob a ameaça de uma insurgência armada associada a movimentos vinculados ao grupo extremista Estado Islâmico.

Março deste ano foi particularmente alarmante, com o OCHA a apontar para uma "escalada preocupante da violência", que se traduziu num aumento do número de ataques, funcionando como um estipendio de insegurança. Em apenas um mês, ocorreram 52 ataques e mais de 150 civis foram sequestrados.

Para mitigar a situação, os parceiros da ONU começaram a implementar medidas de resposta, incluindo a distribuição de alimentos e assistência em questões de saneamento e higiene. No entanto, a insegurança e as dificuldades logísticas, combinadas com os sequestros e o acesso limitado às rotas de abastecimento, têm comprometido gravemente a eficácia das operações humanitárias.

Ancuabe, um distrito situado a cerca de 150 quilómetros de Pemba, capital de Cabo Delgado, foi particularmente severamente afetado, especialmente após o ataque ocorrido em 17 de novembro de 2024, na aldeia de Nacuale, que resultou em pelo menos 15 mortos, de acordo com fontes locais.

Em 2024, estima-se que pelo menos 349 pessoas tenham perdido a vida devido a ataques de grupos extremistas islâmicos em Moçambique, representando um aumento de 36% em comparação com o ano anterior, conforme indicado num estudo recente do Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), vinculado ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

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