O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiga, afirmou que o governo não cederá em questões fundamentais nas negociações com Moscovo, reforçando a posição sobre os territórios ocupados.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiga, reiterou hoje, durante uma sessão no parlamento de Kyiv, a determinação do Governo em manter "linhas vermelhas" em relação a negociações com a Rússia. Segundo Sybiga, o governo ucraniano nunca reconhecerá os territórios temporariamente ocupados como pertencentes à Rússia.
"Em primeiro lugar, não reconheceremos nenhum dos territórios temporariamente ocupados como russos. Em segundo lugar, não aceitaremos quaisquer restrições à estrutura, dimensão ou características das nossas forças de defesa", afirmou o chefe da diplomacia ucraniana, conforme um comunicado emitido após seu discurso na Verkhovna Rada.
Sybiga também se opôs a quaisquer limitações sobre a indústria de defesa ucraniana, a assistência militar dos aliados ou a presença de tropas estrangeiras no país. Esta declaração surge um dia após a divulgação de um acordo com os Estados Unidos sobre a exploração de recursos minerais na Ucrânia, num contexto em que Washington está a promover negociações para um cessar-fogo entre Kyiv e Moscovo, após mais de três anos de conflito.
O ministro sublinhou ainda que "não aceitaremos quaisquer limitações à soberania da Ucrânia, ou à política interna e externa do país, especialmente no que diz respeito à escolha de uniões ou alianças que desejamos integrar".
Embora ainda não exista um consenso sobre um convite para a adesão à NATO, Sybiga reafirmou o compromisso da Ucrânia em continuar a sua integração na Aliança Atlântica, deixando claro que Moscovo não possui poder de veto sobre esta questão.
O chefe da diplomacia ucraniana declarou: "A Ucrânia defende clara e consistentemente um cessar-fogo incondicional e abrangente em terra, mar e ar por pelo menos 30 dias. Estamos prontos". Ele reforçou que a ideia de "paz a qualquer preço" não será aceite.
Por último, Sybiga mencionou que os esforços diplomáticos irão continuar, com base em formatos de negociação estabelecidos com países como o Reino Unido, Alemanha e França, bem como com os Estados Unidos. No entanto, realçou que apenas se a Rússia declarar e cumprir um cessar-fogo e implementar medidas humanitárias é que as negociações poderão realmente iniciar.
A ofensiva militar russa na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2022, resultou numa crise de segurança que se considera a mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.