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EUA Criticam Alemanha por Classificação do AfD como Extremista

há 13 horas

A Alemanha enfrenta críticas dos EUA após o AfD ser rotulado como "extremista de direita" pelos serviços secretos, gerando um debate sobre liberdade de expressão e democracia.

EUA Criticam Alemanha por Classificação do AfD como Extremista

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, expressou hoje a sua desapontamento em relação à Alemanha, acusando-a de "tirania disfarçada" após a Agência Federal para a Proteção da Constituição (BfV) ter designado o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) como "extremista de direita".

"A Alemanha acaba de permitir que a sua agência de espionagem tenha novos poderes para vigiar a oposição política. Isto não se coaduna com os princípios democráticos, mas sim com uma tirania disfarçada", afirmou Rubio numa publicação na plataforma X, pedindo às autoridades alemãs para reconsiderarem essa decisão.

Segundo ele, o verdadeiro extremismo não reside no popular AfD, que obteve o segundo lugar nas últimas eleições, mas sim nas políticas de imigração das autoridades, criticadas pelo partido. Rubio, que atua na administração de Donald Trump, sublinhou que esta não é a primeira vez que a sua administração se envolve na política interna da Alemanha.

Em fevereiro, o vice-presidente JD Vance levantou preocupações semelhantes ao afirmar que a liberdade de expressão estava a "recuar" na Europa, focando-se particularmente na Alemanha, onde denunciou a ostracização do AfD e pediu o fim do “cordão sanitário” que o cerca.

O BfV, por sua vez, alertou que o objetivo do AfD é "excluir certos grupos da população de uma participação social igualitária", o que possibilitará um monitoramento mais intenso do partido.

Os co-líderes do AfD, Alice Weidel e Tino Chrupalla, reagiram prontamente, considerando a rotulação de extremista um "golpe na democracia" e assinalando que a decisão é "politicamente motivada". "Vamos continuar a lutar judicialmente contra estas alegações, que consideramos prejudiciais para a democracia", afirmaram em comunicado à agência de notícias France-Presse (AFP).

No entanto, o chanceler alemão cessante, Olaf Scholz, pediu prudência em relação a possíveis proibições do AfD, afirmando que decisões rápidas não são apropriadas. Scholz lembrou que o Tribunal Constitucional já negou pedidos anteriores para proibir o partido e expressou preocupação com a sua ascensão nas eleições, onde obteve 20,8% dos votos, ultrapassando o SPD, que ficou em terceiro lugar com 16,4%. "É uma preocupação, quer como cidadão, quer como membro do parlamento e chanceler", concluiu.

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