Crise da Habitação: Partidos de Esquerda Intensificam Críticas ao Governo
Líderes de Livre, PCP e BE exigem ação imediata do Governo para enfrentar a crescente crise da habitação, destacando a urgência de medidas eficazes para proteger os cidadãos.

Durante uma manifestação na tarde quente de Lisboa, líderes do Livre, PCP e Bloco de Esquerda expressaram a sua indignação em relação à gestão do Governo PSD/CDS, acusando-o de agravar a crisis da habitação. Isabel Mendes Lopes (Livre), Paulo Raimundo (PCP) e Mariana Mortágua (BE) fizeram estas declarações enquanto várias centenas de pessoas se juntaram à luta pelo direito à habitação, organizada pela plataforma Casa para Viver, com o apoio de diversas associações.
Um momento marcante surgiu quando uma mulher, visivelmente aflita, interrompeu Paulo Raimundo durante as declarações. Com 57 anos e atualmente residente em Sesimbra, relatou a sua difícil situação, tendo sido despejada e recebeu apenas 93 euros em apoio de renda, quando esperava 200 euros. “Fui roubada. A minha situação é a pior possível”, disse, exortando a comunicação social a ouvir as pessoas em vez de servir interesses do capital.
Após a intervenção da mulher, Paulo Raimundo comentou, “Isto não são histórias, são vidas”, enfatizando a gravidade da situação que muitos enfrentam.
O secretário-geral do PCP alertou que os problemas de acesso à habitação se tornaram mais acentuados e que as pessoas enfrentam dificuldades terríveis com rendas elevadas. “A banca continua a lucrar milhões à custa do sacrifício das famílias”, criticou.
Isabel Mendes Lopes, do Livre, referiu que “estamos numa verdadeira emergência habitacional” e sublinhou que o atual Governo não tem dado prioridade ao problema. A líder parlamentar condenou a falta de ação e mencionou que o primeiro-ministro não abordou a questão da habitação em discursos recentes.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, destacou que, apesar das promessas de construção, as medidas não estão a chegar a tempo para aqueles que necessitam de habitação. “Precisamos de medidas audaciosas. Hoje, as gerações mais jovens enfrentam a exclusão do direito à habitação”, apontou, sugerindo a implementação de tetos máximos para as rendas e o tratamento adequado de problemas como o turismo excessivo.
A crítica à inação do Governo e à complacência da direita política, incluindo o PS, foi uma constante entre os intervenientes, que exigem uma resposta mais eficaz e comprometida para resolver a crise da habitação.