Política

Conflitos Internos no Chega de Coimbra Levam à Desfiliação de Dirigentes

há 2 semanas

Dirigentes locais deixam o Chega, denunciando um ambiente de intimidação e liderança autoritária, enquanto cerca de 150 militantes manifestam descontentamento perante a direção nacional.

Conflitos Internos no Chega de Coimbra Levam à Desfiliação de Dirigentes

Coimbra – O ambiente dentro da distrital do Chega tem sido duramente criticado, após a saída do único deputado municipal, Fernando Duque, e da antiga vice-presidente distrital, Sónia Almeida, que defenderam a sua desfiliação frente ao que consideram uma gestão intimidatória.

Os dirigentes abandonaram o partido, denunciando a forma autoritária e o “murro na mesa” que, segundo eles, dominava as reuniões sob a liderança do presidente distrital, Paulo Seco. Fernando Duque afirmou que movimentações internas e desentendimentos levaram à sua decisão, enfatizando que o presidente tem um comportamento que desrespeita os militantes e favorece o oportunismo, num cenário que, para o dirigente, parece seguir um padrão “de eu quero, posso e mando”.

Sónia Almeida, que se desligou na passada quarta-feira, também criticou abertamente a forma como a liderança era exercida, referindo episódios de gritos e comentários depreciativos, que incluíram, segundo ela, insultos pessoais. Para ambos, o ambiente de trabalho tornou-se insustentável e incompatível com os valores que esperam ver refletidos na política local.

Enquanto se mencionam que cerca de 150 militantes já formalizaram o seu descontentamento através de um documento enviado à direção nacional, o próprio Paulo Seco minimizou as críticas. Em declarações à agência Lusa, o presidente distrital scriptou que as divergências de opinião são normais e apontou para questões relativas à composição das listas eleitorais como origem das saídas, qualificando as acusações de “ridículas” e sem fundamento.

O dirigente, que lidera a lista do partido para o círculo de Coimbra nas próximas legislativas, desmentiu quaisquer acusações de conduta inadequada, afirmando que tal situação se restringe a “pessoas que resolvem as questões por detrás de um telemóvel”. Segundo ele, a existência de críticas enriquece o debate numa estrutura que conta com mais de 1.400 militantes no distrito, embora admita a saída de quatro dos nove membros da comissão política distrital inicialmente eleitos.

Ambos os dirigentes afirmaram já ter informado a Direção Nacional sobre os problemas encontrados, sem, contudo, terem obtido qualquer resposta. O descontentamento na base do partido lança uma sombra sobre o futuro da liderança local e intensifica o debate interno no âmbito do Chega.

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