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Trump avança com cortes no financiamento da radiodifusão pública

há 12 horas

O presidente americano Donald Trump assinou uma ordem executiva para eliminar subsídios à NPR e à PBS, acusando-as de falta de imparcialidade.

Trump avança com cortes no financiamento da radiodifusão pública

Na passada quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizou uma ordem executiva que visa cortar os subsídios federais destinados à rádio pública (NPR - National Public Radio) e à televisão pública (PBS - Public Broadcasting Service), alegando que estas emissoras apresentam conteúdos tendenciosos.

Recentemente, dados apontaram que mais de 40 milhões de cidadãos norte-americanos escutam a NPR semanalmente, enquanto 36 milhões assistem à PBS mensalmente. Em reação a estas audiências, Trump mandou que a Corporação para a Radiodifusão Pública (CPB) e outras agências federais cessem o financiamento federal a estes meios.

O despacho do Presidente também exige que o departamento responsável pela radiodifusão pública tome medidas para eliminar fontes de financiamento indireto que sustentam estas estações. A administração, através das suas redes sociais, reiterou que os meios públicos recebem verbas dos contribuintes para a veiculação de "propaganda radical disfarçada de informação".

Katherine Maher, diretora da NPR, estimou que a rádio receberá apenas 120 milhões de dólares em 2025, representando menos de 5% do orçamento necessário. Esta decisão reflete a intenção da administração Trump de reduzir substancialmente os gastos públicos relacionados com os meios de comunicação social.

Anteriormente, Trump já havia manifestado a intenção de desmantelar estações como Voz da América, Rádio Ásia Livre e Rádio Europa Livre, que operam internacionalmente. Esta nova ação é mais uma tentativa da administração de usar o poder federal para influenciar o funcionamento de instituições que oferecem perspectivas independentes.

Desde que tomou posse em janeiro, Trump tem promovido cortes financeiros em vários setores, incluindo milhares de milhões de dólares destinados a artistas, bibliotecas e programas de educação nas universidades, além de pressionar firmas jurídicas a eliminarem iniciativas de diversidade de género ou questões raciais.

Paula Kerger, presidente do Conselho de Administração da PBS, expressou preocupação com os cortes em questão, afirmando que a decisão de Trump interpõe-se à prestação de serviços essenciais que a televisão pública oferta aos cidadãos. Kerger sublinhou a importância do apoio bipartidário que sempre teve no Congresso para a continuidade do trabalho da PBS.

Em abril, a administração anunciou planos para solicitar ao Congresso o corte do financiamento à CPB como parte de um pacote de reduções orçamentais de 9,1 mil milhões de dólares, embora ainda não tenha sido formalizado o envio desse pacote. Vários decretos presidenciais anteriores relacionados com este tema enfrentaram contestação nos tribunais, com decisões que questionam os limites da autoridade de Trump ao reter verbas já atribuídas pelo Congresso.

A organização Repórteres Sem Fronteiras, na senda desta situação, destacou uma grave deterioração da liberdade de imprensa nos Estados Unidos.

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#LiberdadeDeImprensa #CortesNaMídia #Trump