São Tomé e Príncipe necessita de 425 milhões para impulsionar desenvolvimento até 2029
O Governo de São Tomé e Príncipe anunciou a necessidade de um financiamento de 425 milhões de euros para um plano de desenvolvimento até 2029, com foco em formação, sustentabilidade e resposta às alterações climáticas.

O Governo de São Tomé e Príncipe está a ultimar um ambicioso programa nacional de desenvolvimento para o período de 2025 a 2029, que requer um investimento significativo de cerca de 425 milhões de euros, conforme divulgado por membros do governo.
A ministra de Estado, Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Ilza Amado Vaz, anunciou que este plano em fase de conclusão visa abordar a formação de recursos humanos, promover um crescimento sustentável e inclusivo, bem como fortalecer a capacidade de resposta às alterações climáticas e proceder à reforma do Estado.
A declaração foi feita durante a IV Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento das Nações Unidas, que se está a realizar em Sevilha, onde a ministra destacou os desafios que os países mais vulneráveis enfrentam, exacerbados por tensões geopolíticas, conflitos armados e uma diminuição significativa da ajuda pública internacional.
Ilza Amado Vaz sublinhou que as vulnerabilidades estruturais de São Tomé e Príncipe, um pequeno Estado insular em desenvolvimento, são agravadas por choques climáticos e crises económicas. "Mais de 80% da nossa economia está sujeita aos impactos do clima", afirmou a ministra, perante uma plateia composta por representantes de quase todos os países membros da ONU.
A ministra apelou por uma transformação na abordagem da cooperação internacional, enfatizando a necessidade de "acesso simplificado a instrumentos multilaterais" para aumentar a mobilização de recursos para o desenvolvimento, especialmente para os pequenos Estados insulares em vias de desenvolvimento.
Com uma população jovem, uma biodiversidade única e uma posição estratégica no Golfo da Guiné, São Tomé e Príncipe enfrenta, no entanto, desafios significativos que requerem soluções inovadoras e um compromisso global para que não sejam deixados para trás nos esforços de desenvolvimento.
A conferência de Sevilha segue uma anterior realizada em 2015 na Etiópia e visa criar um compromisso renovado para a próxima década em termos de financiamento e cooperação internacional, tendo sido já adotado o "Compromisso de Sevilha", vislumbrando responder a um défice anual de quatro biliões de dólares no atual contexto global.