Rússia Mobiliza Tripla de Aeronaves Contra Incêndio Devastador num Porto Iraniano

Por orientação direta do Presidente Putin, o chefe das Emergências, Alexander Kurenkov, ordenou o envio de duas aeronaves anfíbias Be-200ChS e de um Il-76 para a cidade portuária de Bandar Abbas, no Irão, com o objetivo de combater um incêndio que se alastrou após uma explosão.

As aeronaves Be-200ChS têm um papel crucial, pois conseguem descarregar até 12 toneladas de água por sobrevoo, sendo especialmente eficazes em situações de incêndios de grande escala. Putin enviou, ainda, uma mensagem de condolências às autoridades iranianas pelas vítimas deste trágico incidente, ocorrido no porto de Shahid Rajai, nas proximidades de Bandar Abbas.

Com 28 mortes e mais de 1.000 feridos, a explosão levantou questões sobre a origem do sinistro. Autoridades iniciais suspeitam que o incêndio tenha se iniciado em contentores com produtos químicos, e uma fonte ligada aos Guardas da Revolução sugeriu que o perclorato de sódio – componente de combustíveis sólidos para mísseis – poderá ter desencadeado a explosão.

Adicionalmente, a empresa de segurança privada Ambrey revelou que, em março, o porto recebeu combustível químico para mísseis, ponderando que um manuseamento impróprio desse carregamento pode ter sido o fator desencadeante. Contudo, o Ministério da Defesa iraniano refuta a presença de qualquer material militar nos depósitos de Shahid Rajai.

Este episódio ocorre num contexto delicado, coincidindo com a terceira ronda de negociações nucleares, realizadas no sábado entre Irão e Estados Unidos em Omã. Apesar de não haver uma acusação direta de ataque, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano reconheceu o estado de alerta máximo devido a episódios passados de sabotagem e tentativas de assassinato.

A explosão, ouvida a dezenas de quilómetros, verificou-se por volta das 12:00 locais num cais vital do porto, responsável por 85% do trânsito de mercadorias do Irão, situado a escassos quilómetros da estratégica cidade de Bandar Abbas e do estreito de Ormuz, onde passa 20% da produção mundial de petróleo.