O líder da IL encontrou-se com jovens descontentes durante uma arruada em Lisboa, onde prometeu esforços para melhorar o país, embora reconheça que “não há soluções mágicas” para a crise.
Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal (IL), participou esta manhã numa arruada no centro de Lisboa, que teve início no Campo Pequeno. Acompanhado por uma multidão de militantes, a comitiva era animada por tambores e cânticos clamando por "mais liberdade de escolha, acelera, mais crescimento, acelera, menos burocracia, acelera".
No início, Rui Rocha mostrou-se tímido, mas rapidamente começou a interagir com jovens que estavam a aproveitar a pausa para o almoço em esplanadas na Avenida da República. Durante a conversa, alguns pediram selfies, enquanto outros expressaram o seu desânimo sobre o panorama do país.
Afonso, um estudante de ciência aeronáutica na Praça do Saldanha, revelou a Rocha que planeia emigrar para a Alemanha após concluir os estudos, atraído pela história do país e pelas boas condições salariais no setor. "Vamos fazer assim: segue o teu sonho e nós aqui trabalhamos para que possas voltar a Portugal no futuro”, respondeu Rocha.
Outro estudante, também da área aeroespacial e simpatizante da IL, partilhou o seu desejo de emigrar por razões semelhantes, sublinhando que o salário mínimo no seu campo na Alemanha pode alcançar "60 mil euros por ano". Rocha, face à preocupação do jovem, admitiu que mesmo com uma maioria absoluta, as mudanças exigiriam tempo: "É verdade, é um trabalho longo ainda".
No final da arruada, questionado pelos jornalistas sobre o tempo que as suas políticas levariam a produzir resultados, Rui Rocha destacou: "Quanto maior for a força da IL nas próximas eleições, mais rápido implementaremos as nossas propostas. Não há soluções fáceis, mas se demorarmos décadas a mudar, mais jovens desenvolverão a mesma frustração que a que ouvimos hoje."
O líder da IL lembrou que diversas gerações de jovens deixaram o país e defendeu que é essencial "inverter este ciclo". “Precisamos de uma mudança radical na política, com reformas que abordem a habitação e o crescimento económico”, afirmou.
Em particular, Rocha enfatizou que a próxima legislatura deve focar na habitação, um tema mencionado por Márcio, que lhe confessou que o elevado custo das casas é um dos motivos que o leva a considerar a emigração, além das preocupações com o sistema de saúde.
Além de abordar a questão da habitação, Rui Rocha reiterou a necessidade de reduzir impostos e criar "condições para um crescimento económico sustentado", que permitam aumentar salários e pensões. Defendeu ainda a criação de um "Estado eficiente e moderno" que atenda às reais necessidades da população. "O Estado deve evitar o desperdício e concentrar-se nas suas funções essenciais", concluiu.