Um ataque aéreo de Israel em Hodeida, Iémen, causou a morte de duas pessoas e deixou 42 feridos, num contexto de crescente tensão entre insurgentes Huthis e forças israelitas.
Pelo menos duas vidas foram perdidas e 42 indivíduos ficaram feridos num ataque aéreo israelita na cidade portuária de Hodeida, situada no leste do Iémen. Esta informação foi divulgada esta segunda-feira pelo canal de televisão Al-Massirah, que actua como porta-voz dos rebeldes Huthis.
O Ministério da Saúde dos Huthis, num relato anterior, reportou que 21 pessoas sofreram ferimentos em resultado dos bombardeamentos levados a cabo pelos Estados Unidos e por Israel contra a fábrica de cimento Bajel.
Este ataque é considerado uma represália a um míssil lançado pelos rebeldes Huthis no domingo, o qual atingiu o aeroporto Ben Gurion, em Telavive.
Trata-se do primeiro ataque de Israel ao Iémen desde que voltou a intensificar a sua ofensiva em Gaza, a 18 de março, quando os Huthis começaram a disparar vários mísseis contra território israelita. Até agora, todos foram interceptados, exceto o disparo de domingo, que resultou em seis feridos.
Os Huthis expressaram, através de um comunicado, a sua condenação à “agressão contínua dos Estados Unidos e de Israel contra instalações civis e de serviços”, descrevendo estes atos como uma “flagrante violação do direito internacional humanitário”. A comunidade internacional foi instada a tomar “medidas urgentes para pôr fim a estes crimes em curso.”
Hoje de manhã, os rebeldes relataram uma série de ataques aéreos norte-americanos em várias regiões do Iémen, incluindo Sana, onde pelo menos 14 civis ficaram feridos.
Segundo a Al-Massirah, foram registados mais de 26 bombardeamentos norte-americanos na noite de domingo e nas primeiras horas de segunda-feira, visando principalmente “instalações civis”, como empresas e lojas.
No domingo, os Huthis reivindicaram a responsabilidade por um ataque com míssil balístico ao aeroporto internacional Ben Gurion, afirmando ter atingido com sucesso o alvo.
Antes da declaração dos Huthis, a polícia israelita já tinha informado sobre a queda de um míssil perto do aeroporto, sem especificar se foi causado pelo disparo do Iémen ou por um contramíssil israelita.
Os rebeldes também relataram um ataque com drones contra “um alvo inimigo israelita vital na área de Ashkelon”, no sul de Israel.
A situação tensional originou-se após o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, a 7 de outubro de 2023, levando os Huthis a anunciar uma série de ataques em solidariedade com os palestinianos em Gaza. Além disso, os rebeldes estão a atacar navios que acreditam estar ligados a Israel no Mar Vermelho, uma zona crítica para o comércio marítimo internacional.