A ex-primeira-ministra do Bangladesh, Khaleda Zia, retornou hoje após quatro meses em Londres, aumentando as exigências por eleições nacionais sob o governo interino de Muhammad Yunus.
A ex-primeira-ministra do Bangladesh, Khaleda Zia, efetuou hoje o seu regresso ao país, depois de quatro meses a receber tratamento médico em Londres. Este retorno intensifica a pressão sobre o governo interino liderado pelo prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, para que sejam convocadas eleições.
Desde que a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina foi destituída em agosto do ano passado por uma revolta estudantil, o governo de Yunus tem enfrentado críticas do Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP), liderado por Zia. O BNP exige que as eleições nacionais sejam realizadas em dezembro, promovendo um retorno ao regime democrático.
Embora muitos tenham visto a saída de Hasina como uma oportunidade para a realização de eleições livres, as incertezas sobre a disposição do novo governo em satisfazer essas exigências aumentaram nos últimos meses. O governo anunciou que as próximas eleições poderão ocorrer em dezembro ou, caso as reformas necessárias não sejam implementadas a tempo, em junho do ano seguinte.
Na chegada a Daca, uma multidão reuniu-se no exterior do principal aeroporto para acolher Zia, que aterrizou numa ambulância aérea especialmente disponibilizada pelo emir do Qatar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, que também facilitou o seu transporte para Londres em janeiro.
Khaleda Zia, que enfrenta sérios problemas de saúde, não participa em eventos públicos há vários anos. O seu filho mais velho, Tarique Rahman, tem dirigido o BNP a partir do exílio em Londres.
Desde 1991, Zia e Hasina têm alternado no poder, desde que o Bangladesh restabeleceu a democracia após a queda do regime autoritário de H.M. Ershad.
Viúva do antigo chefe militar e presidente Ziaur Rahman, assassinado em 1981, Zia ocupou o cargo de primeira-ministra em três ocasiões: duas vezes durante o mandato completo de cinco anos e uma vez por um período mais curto.
Hasina é filha de Sheikh Mujibur Rahman, ícone da luta pela independência do Bangladesh em 1971.