O partido de extrema-direita AfD clama por novas eleições na Alemanha, após a falha de Friedrich Merz em ser eleito chanceler na votação do Bundestag.
O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) manifestou a sua exigência por novas eleições legislativas no país, após o fracasso do conservador Friedrich Merz em ser eleito chanceler na primeira ronda de votação no parlamento alemão.
"Estamos dispostos a assumir a responsabilidade governamental. Merz deve renunciar de imediato, abrindo espaço para novas eleições no nosso país", afirmou a co-líder da AfD, Alice Weidel, na rede social X.
Weidel destacou que Merz é o primeiro candidato a chanceler da República Federal da Alemanha a ser rejeitado na ronda inicial de votação, o que demonstra "a fragilidade da coligação entre a CDU/CSU e o SPD (sociais-democratas), que foi derrotada pela vontade popular".
Na semana passada, o serviço de informações internas da Alemanha classificou a AfD como uma organização de "extremismo de direita", o que a torna alvo de maior vigilância pelas autoridades.
No parlamento, Merz não conseguiu alcançar a maioria necessária, obtendo apenas 310 votos, insuficientes para garantir a sua eleição, resultando na suspensão da sessão.
O líder da CDU, que contava ser o décimo chanceler da Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial, firmou um acordo de coligação com os sociais-democratas do SPD.
A coligação CDU/CSU e SPD detém um total de 328 assentos no Bundestag, e os grupos parlamentares estão a avaliar a situação atual.
Com 69 anos, Merz deveria assumir o lugar de Olaf Scholz e prometeu focar na unidade e segurança europeia, especialmente face às recentes tensões geradas pela administração de Donald Trump e pela guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022.
No plano interno, o novo chanceler pretende avançar com propostas como a redução dos impostos sobre as empresas para revigorar a economia alemã, um objetivo que pode encontrar resistência por parte do SPD.
As políticas de imigração são outra das prioridades de Merz, prevendo um endurecimento em relação aos requerentes de asilo sem documentação nas fronteiras, não obstante a Comissão Europeia ter enfatizado a necessidade de uma abordagem unificada e colaborativa sobre a migração.