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Rejeição global ao plano humanitário proposto por Israel e EUA para Gaza

há 4 horas

Organizações da ONU e ONGs criticam plano de ajuda para Gaza, acusando-o de infringir normas humanitárias e de deixar muitos sem suporte essencial.

Rejeição global ao plano humanitário proposto por Israel e EUA para Gaza

Várias agências da ONU e organizações não-governamentais (ONG) expressaram a sua oposição, esta manhã, ao plano de ajuda humanitária elaborado conjuntamente pelos Estados Unidos e Israel para a Faixa de Gaza. Segundo estas entidades, a proposta "viola os princípios fundamentais da ajuda humanitária" e poderá deixar muitos indivíduos privados de assistência.

A contestação ao plano foca-se no modelo de distribuição de ajuda, que transformaria o sistema atual, gerido pela ONU, em centros de distribuição controlados pelo exército israelita. Os representantes das ONGs alertaram que isso resultaria na descontinuação dos sistemas de apoio existentes, levando a que as áreas mais vulneráveis da população de Gaza, incluindo pessoas com mobilidade reduzida, ficassem sem acesso ao necessário.

As organizações sublinham que este modelo não só "compromete a segurança dos civis", obrigando-os a deslocar-se para regiões militarizadas para receber alimentos, como também poderá intensificar a crise de deslocação forçada. "A ajuda humanitária deve ser proporcionada com base nas necessidades das pessoas, independentemente do seu local", enfatizam.

Atualmente, Israel mantém um bloqueio total à entrada de suprimentos na Faixa de Gaza, uma situação que já se arrasta há nove semanas, resultando no encerramento de padarias e cozinhas comunitárias. "Gavetas da fome estão a ser abertas. As crianças estão a sofrer e muitos estão a morrer à fome", revelaram as ONGs, que destacam a existência de "grandes quantidades de mantimentos" prontas para entrar no território, apenas à espera do levantamento restrições.

As organizações apelaram a líderes globais para que usem a sua influência e permitam a introdução de ajuda na região, afirmando: "Este é o momento. É urgente agir."

O plano em questão propõe a criação de centros geridos por uma fundação internacional, financiada por nações e doadores privados, onde as famílias poderiam recolher ajuda alimentar semanalmente.

Desde o início da ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza, que se intensificou após o ataque do Hamas em outubro de 2023, a situação humanitária deteriorou-se drasticamente, com estimativas a apontarem para mais de 52 mil mortos, a maioria civis, e uma enorme destruição de infraestruturas, exacerbando a instabilidade na região do Médio Oriente.

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