Hoje, as eleições presidenciais na Roménia decorrem tranquilamente, com a esperança de que não ocorrerá nova anulação das votações, após a controvérsia de novembro.
A Roménia vive um momento crucial com a nova votação para as presidenciais a ocorrer esta manhã em Bucareste. Os eleitores, cautelosos, esperam que não se repita o cenário de anulação do escrutínio, como aconteceu em novembro passado.
Andrew, um jovem de 26 anos, expressou a sua confiança: "Não haverá um novo cancelamento. As autoridades aprenderam a lição e vão querer evitar riscos", afirmou à agência Lusa, depois de ter exercido o seu direito de voto num liceu.
A anulação da primeira volta, decidida pelo Tribunal Constitucional devido a suspeitas de interferência russa, gerou uma onda de polêmica e exigiu que a votação fosse repetida. Andrew, surpreendentemente, considerou que "foi bom terem anulado".
As últimas sondagens parecem favorecer George Simion, o líder populista da Aliança para a União dos Romenos (AUR), que poderá obter cerca de 30% dos votos e avançar para a segunda volta, prevista para 18 de maio. Contudo, Andrew discrimina esses números, apostando na vitória de Nicusor Dan, atual presidente da câmara de Bucareste e candidato independente apoiado pelos liberais.
Paula, de 42 anos, e Mircea, de 41, foram votar esta manhã com a filha. Eles miram para o futuro, preferindo "esquecer o que aconteceu" em novembro. Paula comentou: "Ao princípio, fiquei chateada, mas agora, penso que a anulação foi para melhor." O casal demonstra apreensão, já que teme uma escolha difícil na segunda volta entre Simion e Crin Antonescu, do governo.
Sylvia, 28 anos, expressou o seu descontentamento pela anulação das eleições. Para ela, a decisão foi "estúpida e desrespeitosa para com os direitos de voto". A jovem anseia por um futuro sob a liderança de Nicusor Dan, que considera ser o único candidato com um passado firme e sem escândalos.
Dragos, de 46 anos, votou com o filho pequeno e espera que a Roménia mantenha um forte compromisso com a União Europeia e a NATO, enfatizando que as obrigações acompanham os direitos. Ele também manifestou a sua inquietação sobre a anulação anterior, embora acredite que foi a melhor decisão sob as circunstâncias.
Neste dia de votação, as filas eram curtas e as operações das mesas de voto decorriam de forma célere. A participação até às 12:00 locais já superava a de novembro, com 3,5 milhões de eleitores (19,54%) a comparecerem, uma subida em relação aos 16,47% do anterior escrutínio.
A eleição está a ser observada por uma equipa do Escritório para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR), da OSCE, que relatou estar a acompanhar o processo desde 25 de março. O chefe da missão, Eoghan Murphy, apontou que o grupo, com 30 membros, está a observar várias dimensões do eleitoral, incluindo a administração, legislação e ambiente político.
No total, quase 19 milhões de romenos votaram hoje para escolher entre 11 candidatos presidenciais. A votação começou às 07h00 e termina às 21h00 locais, com as primeiras projeções a serem divulgadas após o encerramento.