Economia

Queda do PIB não é motivo de surpresa para o ministro das Finanças

há 5 horas

O ministro Joaquim Miranda Sarmento afirma que a economia deveria crescer 3%, mas a recente contração do PIB no primeiro trimestre era previsível após o crescimento forte no final de 2024.

Queda do PIB não é motivo de surpresa para o ministro das Finanças

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, expressou que a economia portuguesa deveria estar a crescer à volta dos 3%. Durante um almoço organizado pelo International Club of Portugal, em Lisboa, referiu que a recente queda em cadeia do PIB no primeiro trimestre não é uma grande surpresa, tendo em conta o desempenho positivo da economia no quarto trimestre de 2024.

De acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), a economia portuguesa teve um crescimento homólogo de 1,6% nos primeiros três meses do ano, mas contraiu 0,5% em relação ao trimestre anterior.

O governo havia previsto, no Orçamento do Estado para 2025, um crescimento de 2,1% para este ano. Entretanto, a AD, no seu programa eleitoral, antecipa um crescimento do PIB de 2,4%.

Miranda Sarmento observou que, excluindo os primeiros trimestres de 2020 e 2022, momentos marcados pela pandemia e confinamentos, o crescimento em cadeia observado no quarto trimestre de 2024 foi sem precedentes desde que Portugal aderiu à zona euro, sugerindo agora uma estabilização da economia dentro da sua perspetiva de médio e longo prazo.

Em resposta a questionamentos do ex-ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, sobre as causas da queda do PIB em cadeia, o ministro destacou que os dados definitivos estão previstos para o final do mês e apontou que a procura interna teve uma contribuição nula no primeiro trimestre. Este resultado é aceitável, dada a alta de crescimento no quarto trimestre anterior.

O ministro também mencionou uma eventual desaceleração do investimento na construção, com base no consumo de cimento, que tinha crescido mais de 20% nos meses de novembro e dezembro. Outros fatores que podem ter influenciado a queda incluem o abrandamento do consumo privado, um crescimento do investimento privado inferior ao esperado e um aumento das importações, relacionado com expectativas sobre tarifas dos EUA.

A baixa produtividade foi identificada como um dos principais obstáculos ao crescimento económico, resultando em níveis de competitividade insatisfatórios.

Miranda Sarmento aproveitou ainda a oportunidade para avaliar um ano de governação, sublinhando que o objetivo do executivo é aumentar a produtividade, promover o crescimento económico e, consequentemente, permitir salários mais elevados e um diminuição da carga fiscal, através de uma maior criação de riqueza.

Segundo o INE, no primeiro trimestre de 2025, o PIB, ajustado em volume, registou uma variação homóloga de 1,6%, após um crescimento de 2,8% no trimestre anterior. Comparativamente ao quarto trimestre de 2024, verificou-se uma diminuição de 0,5%, seguindo um crescimento de 1,4% no trimestre anterior.

Economistas consultados pela agência Lusa esperavam uma desaceleração na economia, mas não uma contração tão acentuada, prevendo um crescimento homólogo do PIB entre 2,4% e 2,8% e um crescimento em cadeia entre 0,1% e 0,6% no primeiro trimestre.

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