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Putin e Macron dialogam pela primeira vez em mais de um ano sobre paz na Ucrânia

Na primeira conversa desde setembro de 2022, Putin defende um acordo de paz duradouro na Ucrânia, culpando o Ocidente pelo conflito, enquanto Macron apela a um cessar-fogo imediato.

01/07/2025 19:55
Putin e Macron dialogam pela primeira vez em mais de um ano sobre paz na Ucrânia

No dia de hoje, Vladimir Putin e Emmanuel Macron estabeleceram contacto telefónico pela primeira vez desde 11 de setembro de 2022. Durante a conversa, ambos os líderes abordaram a guerra na Ucrânia e a situação no Médio Oriente, focando-se nos recentes bombardeamentos israelitas e norte-americanos no Irão, bem como nas questões relacionadas com o programa nuclear iraniano.

A presidência francesa destacou que Macron solicitou a Putin um cessar-fogo na Ucrânia “o mais rapidamente possível” e afirmou a sua intenção de continuar a dialogar com o presidente russo. O objetivo é trabalhar em conjunto para implementar “ações coordenadas que ajudem a conter o programa nuclear do Irão”. Macron sublinhou ainda o firme apoio da França à soberania e integridade territorial da Ucrânia, pedindo um cessar-fogo imediato e o início de negociações entre os dois países para uma solução duradoura para o conflito.

Reagindo, Putin enfatizou a necessidade de um acordo de paz na Ucrânia ser “de longo prazo”, responsabilizando o Ocidente pelo prolongamento da guerra, que já se estende por mais de três anos. O líder russo defendeu que o conflito é uma consequência direta das políticas dos países ocidentais que, segundo ele, ignoraram as preocupações de segurança da Rússia ao longo dos anos.

Segundo Putin, a Ucrânia tornou-se uma “ponta de lança antirrussa” devido ao apoio ocidental, que tem contribuído para a continuação do conflito através da entrega de armamento moderno ao governo de Kiev. A seu ver, qualquer resolução pacífica deve ter em consideração as causas profundas da crise e a nova realidade no terreno, mencionando os territórios ucranianos atualmente sob ocupação russa.

A Ucrânia recebe assistência financeira e militar dos aliados ocidentais desde que a Rússia lançou a invasão em fevereiro de 2022, e os parceiros de Kiev implementaram sanções contra a economia russa para tentar limitar a capacidade de Moscovo para sustentar o seu esforço bélico.

No que toca ao Médio Oriente, Putin e Macron analisaram a responsabilidade compartilhada em prol da paz e da estabilidade global, particularmente no âmbito do regime de não proliferação nuclear. “É essencial respeitar o direito do Irão de desenvolver energia nuclear para necessidades pacíficas”, assinalou a presidência russa em comunicado, reiterando a importância da cooperação do Irão com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

Os dois líderes decidiram ainda unir esforços e manter diálogo contínuo sobre esta questão, enfatizando a urgência de um pleno involucramento do Irão com a AIEA. Na sua visão, a crise em torno do programa nucleariraniano, bem como os demais desafios da região do Médio Oriente, devem ser resolvidos exclusivamente por via de negociações políticas e diplomáticas.

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