PSD Advocacia para uma Agricultura Sustentável sem Protecionismo

O presidente do PSD, Luís Montenegro, anunciou hoje a intenção de facilitar as normas burocráticas que afetam os agricultores portugueses, com o objetivo de tornar a agricultura nacional mais autossustentável. Durante uma visita à Adega da Vermelha, no Cadaval, Montenegro sublinhou a importância de reduzir o défice comercial agrícola, que passou de cinco mil milhões de euros para 4,4 mil milhões de euros no último ano.

O primeiro-ministro argumentou que o investimento na agricultura é essencial para promover a coesão social e territorial em Portugal. Contudo, Montenegro manifestou-se contra a visão protecionista de certos agricultores em relação ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, criticando particularmente a posição do Governo francês.

"Este acordo permite-nos exigir reciprocidade em termos de regras ambientais e de controlo sanitário", afirmou, alertando que quem optar por se isolar face ao comércio internacional corre o risco de ver os seus produtos sem mercado.

No encontro com agricultores, muitos expressaram preocupações sobre a burocracia excessiva e a carga de normas ambientais e sanitárias impostas. Montenegro reconheceu essas dificuldades, sugerindo que a simplificação e a equiparação das regras nas várias escalas de mercado são essenciais para o bem-estar dos produtores.

Antes das refeições, o líder do PSD fez uma visita à Adega da Vermelha, que produz anualmente cerca de oito milhões de litros de vinho, com quase 60% destinados à exportação, principalmente para os Estados Unidos. Rui Soares, presidente do Conselho de Administração, pediu apoio para o setor primário e elogiou o trabalho do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes.

Montenegro aproveitou para reforçar a importância do ministro, proporcionando uma nota de humor ao afirmar: "O ministro da Agricultura é muito importante, mas quem dá as orientações ao ministro sou eu", causando risadas entre os presentes. Além disso, discutiu a importância de atrair jovens para o setor primário e a necessidade de uma qualificação contínua.

Em resposta a preocupações sobre tarifas adicionais ao setor vinícola por parte da administração dos EUA, Rui Soares minimizou a questão, afirmando que há negociações em curso e que a situação está a ser acompanhada com sensibilidade.