Prioridade ao Diálogo com a Ucrânia para Evitar Conflitos Duradouros

Durante um encontro em Lisboa com legisladores luso-americanos, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, expressou a sua preocupação de que dar precedência à Rússia nas conversações para a paz na Ucrânia possa perpetuar um "conflito persistente". O chefe da diplomacia portuguesa enfatizou que "nenhum de nós deseja uma vitória russa na Ucrânia", mas reconheceu que existem divergências sobre como atingir a paz.

Rangel defendeu que a resolução dessas diferenças deve ocorrer primeiro através de um diálogo com a Ucrânia e apenas depois com a Rússia, alertando que alterar essa ordem poderia deixar feridas abertas e prolongar as tensões.

O ministro também comentou o papel dos EUA na mediação de conflitos, sublinhando que embora os EUA possam agir decisivamente, não sempre conseguiram manter a paz sem a colaboração dos aliados europeus. Além disso, Rangel abordou a guerra comercial entre os Estados Unidos e a Europa, que surgiu após as tarifas implementadas pelo ex-Presidente Donald Trump.

Defendendo o comércio como um elemento unificador, Rangel afirmou que o protecionismo não traz prosperidade e alertou sobre as dificuldades que surgem numa era onde esse comportamento tende a ser prevalente.

Rangel destacou as implicações do comércio livre, que, apesar de alguns efeitos negativos, oferece resultados amplamente positivos. Em relação à NATO, elogiou a cimeira recente em Haia, onde se decidiu aumentar as contribuições dos Estados-membros para 5% do PIB até 2035, apesar da dissidência de Espanha, que limitou o investimento em defesa a 2,1% do PIB.

O ministro reiterou a importância da unidade entre os aliados, argumentando que a força do grupo reside na coesão, especialmente frente a ameaças em intensificação.