Com as eleições a 18 de maio, os debates acendem a disparada das campanhas. Rivalidades, investigações e cenários de governabilidade ganham destaque neste período decisivo.
Com as eleições marcadas para 18 de maio, as legislativas antecipadas – as terceiras em três anos e três meses – tornam-se palco de uma intensa movimentação pré-campanha. O precipício político, após uma moção de confiança malograda que resultou na queda do Governo e na dissolução do parlamento, impulsiona os líderes a apresentarem os seus programas e a delinearem possíveis alianças para o futuro.
Os debates televisivos, iniciados a 7 deste mês, têm dominado a agenda mediática, apesar da controvérsia gerada pela decisão da AD de permitir que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, participasse apenas parcialmente. O recente frente a frente, agendado para esta segunda-feira entre os líderes do PSD e do PS – Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos –, promete enfatizar ainda mais as discrepâncias entre os programas dos partidos.
Com o término dos debates diretos e a aproximação iminente da semana final antes do início oficial da campanha, a agenda dos dirigentes políticos intensifica-se. Fontes próximas às várias candidaturas afirmam que será dada continuidade às aparições em diferentes pontos do país, com as temáticas de habitação, Saúde, defesa, imigração e fiscalidade a serem recorrentes nas discussões.
Entre os assuntos que têm permeado os debates destaca-se o caso da empresa familiar do primeiro-ministro, a Spinumviva, bem como os inquéritos que recaiem tanto sobre ele quanto sobre o líder do PS, motivo de preocupação e debate entre os partidaristas. Estes mecanismos investigativos, iniciados já em março e envolvendo, por exemplo, a aquisição de duas habitações pelo PS, sublinham a complexidade do panorama político.
O cenário eleitoral, que contem a eleição de 230 deputados distribuídos por 22 círculos eleitorais, promete reunir as mesmas lideranças dos principais partidos que se defrontaram nas eleições antecipadas de 2024. Na ocasião, a AD de Luís Montenegro conquistou uma vitória apertada sobre o PS de Pedro Nuno Santos – 80 contra 78 deputados, com margens de apenas 54 mil votos – e os restantes partidos apresentaram resultados expressivos: Chega (50 deputados), IL (8), BE (5), PCP (4), Livre (4) e PAN (1).
Este período de pré-campanha, marcado pela urgência nas aparições públicas e debates intensos, evidencia a preparação dos partidos para enfrentar os desafios de um cenário político cada vez mais competitivo e polarizado.