A travessia marítima mais extensa do mundo registou um aumento de 70% em passageiros estrangeiros, impulsionado pela liberalização de vistos e melhorias logísticas.
A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, referência mundial na travessia marítima, acolheu mais de 172 mil passageiros estrangeiros até domingo, evidenciando um salto de 70% face ao mesmo intervalo do ano anterior.
Segundo a agência estatal Xinhua, a subida deve-se, sobretudo, à ampliação das políticas de isenção de vistos, permitindo que o posto de controlo terrestre de Zhuhai, o único com ligação direta por via rodoviária ao Aeroporto Internacional de Hong Kong no continente, se torne um ponto estratégico para passageiros e veículos.
O total de travessias acumulou um incremento interanual de 18,9%, alcançando a marca dos 10 milhões de passageiros – um feito que se concretizou 25 dias antes do habitual, quando comparado a 2024.
Registros da Xinhua mostram que os residentes do continente viram as suas viagens aumentar em torno de 30,3%, atingindo 4,18 milhões, enquanto as travessias de veículos originários de Hong Kong e Macau cresceram 32,4%, contando com quase 1,2 milhões de registos e uma média diária superior a 10 mil deslocações.
A ponte, inaugurada em 2018, é um monumento à engenhosidade e à integração regional, ligando Hong Kong a Macau e à cidade vizinha. A sua construção teve início em 2009 e, apesar de enfrentar desafios como atrasos, acidentes que resultaram na triste perda de mais de 20 vidas e estouros de orçamento, o investimento final ficou fixado em 16,4 mil milhões de dólares (14,4 mil milhões de euros) – um acréscimo de 25% em relação à previsão inicial.
Com uma extensão de cerca de 55 quilómetros, incluindo um túnel subterrâneo de quase sete quilómetros entre ilhas artificiais, a ponte diminuiu o tempo de deslocação entre Macau e Hong Kong em cerca de metade. O Governo Chinês definiu-a como um ícone fundamental na estratégia de integração da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
A região da Grande Baía, com uma população aproximada de 70 milhões de habitantes, ostenta um PIB superior a 1,5 biliões de dólares, ultrapassando as economias de países como Austrália, Indonésia e México, membros do bloco G20.