Crise Global dos Direitos Humanos e o "Efeito Trump"

A Amnistia Internacional divulgou um relatório que alerta para uma crise mundial dos direitos humanos, intensificada pelo que definem como “efeito Trump”. Segundo a ONG, os primeiros 100 dias do segundo mandato do ex-presidente norte-americano contribuíram para uma onda de autoritarismo, atacando instituições e a cooperação internacional.

No documento, a organização critica a campanha de enfraquecimento dos direitos, alertando para a destruição das proteções internacionais e para o risco que milhares de milhões de pessoas enfrentam com o avanço de práticas repressivas. A secretária-geral da Amnistia, Agnès Callamard, assinalou que o desprezo manifesto pelos valores universais tem encorajado líderes e movimentos a adotarem medidas cada vez mais extremas.

O relatório sublinha ainda que os retrocessos não se limitam à gestão Trump, mas refletem uma tendência global preocupante. Exemplos alarmantes incluem a violenta repressão em países como Israel, Rússia, Bangladesh e Turquia, onde foram registados ataques extremos a civis, abusos de autoridade e limitações à liberdade de expressão.

Adicionalmente, a queda abrupta na ajuda externa dos Estados Unidos afetou gravemente os países mais vulneráveis, como Síria e Iémen, interrompendo programas essenciais que salvam vidas e mitigam crises humanitárias. A ONG alerta para o enorme custo humano de tais ações, que minam proteções estabelecidas após os horrores do passado.

Em suma, o relatório conclama defensores da liberdade e da igualdade a prepararem-se para enfrentar um cenário de desafios crescentes ao direito internacional e aos direitos humanos universais. A obliteração do sistema multilateral, segundo a Amnistia, não pode ser a solução para a crise que se alastrou hoje pelo mundo.