Em Serpa, o líder do PCP rebate declarações do primeiro-ministro, defendendo que os serviços de saúde, especialmente as urgências, continuam em crise – exceção feita à "clinicazinha" do governo.
No almoço comemorativo dos 51 anos do 25 de Abril, em Serpa, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou as declarações recentes do primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre os avanços na área da saúde. Em tom irónico, Raimundo sugeriu que, se a saúde realmente melhorou, deve ser apenas na “clinicazinha” do primeiro-ministro.
Questionado pelos jornalistas acerca da evolução dos serviços de urgência, o líder do PCP recordou que no fim-de-semana anterior foram encerradas 19 urgências, enquanto no último fim-de-semana o número foi de apenas 15. Em resposta, em Aveiro, Luís Montenegro manteve que, há um ano, a situação era ainda pior, e reconheceu que, embora se saiba que há muito por fazer, o Governo está a atuar na área.
Com um sorriso irónico, Paulo Raimundo destacou que, apesar de uma suposta melhoria, restantes indicadores, como o aumento do número de utentes sem médico de família e o contínuo encerramento de urgências, demonstram o contrário. Segundo ele, os custos associados a estes serviços só aumentam, evidenciando uma realidade muito distante das boas promessas do governo.
Raimundo defendeu ainda a necessidade de penalizar os partidos responsáveis pelo fecho das urgências – oito atualmente em serviço, sete encerradas no último sábado e 19 no fim-de-semana anterior –, acusando-os de "vender ilusões" aos jovens com soluções cor-de-rosa e promessas vazias. Para o líder comunista, o foco deve ser resolver a precariedade através da valorização dos baixos salários e da garantia de direitos, conclamando os jovens a agir e a levantarem a voz.
Em conjunto, o secretário-geral do PCP apelou ao voto na CDU, tanto para as eleições legislativas de 18 de maio quanto para as autárquicas deste ano, criticando a ausência de representantes da CDU no círculo do distrito de Beja durante este ano de governação da AD, e afirmando que a correção desta “injustiça” ficará a cargo do próprio povo.