Confronto Decisivo entre Montenegro e Pedro Nuno na Reta Final Eleitoral

Na reta final da campanha eleitoral, o presidente do PSD, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, vão debater durante cerca de 70 minutos, transmitidos simultaneamente pela RTP, SIC e TVI, no Pavilhão de Portugal, em Lisboa.

Este evento reveste-se de especial importância, uma vez que já se realizaram diversas entrevistas com os ambos os líderes – Pedro Nuno Santos participou de seis debates com figuras como André Ventura (Chega), Rui Rocha (Iniciativa Liberal), Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda), Paulo Raimundo (PCP), Rui Tavares (Livre) e Inês Sousa Real (PAN). Durante estes encontros, o secretário-geral do PS criticou os programas financeiros de determinados partidos e defendeu a ideia de que a fragmentação dos votos da esquerda favoreceria a coligação PSD/CDS, argumentando que apenas o PS seria capaz de formar um Governo alternativo.

Por sua vez, Luís Montenegro participou em três debates – com Paulo Raimundo, Rui Rocha e André Ventura – e deixou para o líder do CDS, Nuno Melo, os embates com o Bloco de Esquerda, Livre e PAN. Em ocasiões anteriores, o primeiro-ministro rejeitou a possibilidade de um acordo de Governo com o Chega, enquanto no debate com Rui Rocha apelou ao voto útil no bloco da AD “contra o regresso do socialismo”, criticando a posição da Iniciativa Liberal face ao Orçamento para 2024.

O confronto entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro não é novidade nesta temporada eleitoral, tendo ocorrido pela primeira vez em fevereiro de 2024. No debate atual, o ambiente foi marcado pela tensão, especialmente devido à presença não autorizada de aproximadamente três mil polícias em redor do Teatro do Capitólio, onde teve lugar o encontro.

Pedro Nuno Santos iniciou a sessão com um forte protesto, afirmando: “Não se negoceia sob coação.” Em debates anteriores, o líder do PS chegou a sugerir que, em caso de derrota, optaria por viabilizar um Governo minoritário da AD – uma proposta que Montenegro não confirmou.

No cenário político recente, a AD, liderada pelo PSD, conquistou a vitória nas eleições que sucederam oito anos de governos PS, formando um executivo minoritário sem acordos com outras forças. A coligação, dividida entre AD (no continente e Açores) e Madeira Primeiro, conquistou 1.866.991 votos (28,83%) e 80 deputados, enquanto o PS obteve 1.812.443 votos (27,98%) e 78 deputados. O Chega, de forma surpreendente, saltou para uma bancada de 50 eleitos, aumentando significativamente a sua representatividade.