Putin exalta participação das tropas norte-coreanas na retomada de Kursk

Em comunicado do Kremlin, o presidente russo Vladimir Putin enalteceu o valor e a determinação dos soldados norte-coreanos, afirmando que estes, “ombro a ombro com os combatentes russos, defenderam a nossa Pátria como se fosse deles”.

Pela primeira vez, a Coreia do Norte confirmou o envio de tropas à Rússia, em apoio à ofensiva contra as forças ucranianas na região de Kursk, conforme o tratado de parceria estratégica firmado com Moscovo em junho de 2024.

A agência estatal norte-coreana KCNA referiu que “subunidades das forças armadas” participaram nas operações para retomar as áreas ocupadas de Kursk, seguindo uma ordem direta do líder Kim Jong-un, e destacou que a missão foi concluída com sucesso.

Informações provenientes de agências dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Ucrânia apontam para um efetivo que varia entre 10.000 e 12.000 soldados enviados no último outono, marcando a primeira participação significativa num conflito armado desde o fim da Guerra da Coreia.

O tratado de parceria estratégica, o mais robusto acordo de defesa entre os dois países desde o final da Guerra Fria, obriga ambos a recorrerem a todos os meios disponíveis para fornecer assistência militar imediata em caso de ataque.

Em declaração, Kim Jong-un justifica o envio das tropas com o objetivo de “aniquilar e eliminar os ocupantes neonazis ucranianos e libertar a região de Kursk”, cooperando estreitamente com as forças russas.

Além disso, o líder norte-coreano anunciou a construção de um monumento em Pyongyang para celebrar os feitos de batalha dos combates, e prevê a realização de cerimónias de homenagem aos soldados caídos, com flores depositadas nas suas lápides.

Por outro lado, autoridades internacionais criticam a medida. O porta-voz sul-coreano Koo Byoungsam classificou o envio de tropas como um “ato contra a humanidade”, alertando para as graves repercussões na segurança global.