Líder do BE critica a aposta exclusiva no PS e sublinha a necessidade de uma Esquerda forte para implementar medidas que realmente transformem o país.
Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, ressaltou a urgência de fortalecer a Esquerda nacional para enfrentar os desafios actuais em Portugal. Em entrevista no programa 360 da RTP, afirmou que confiar apenas no Partido Socialista não será suficiente para promover mudanças fundamentais.
De acordo com Mortágua, o PS carrega uma responsabilidade elevada pelo estado em que se encontra o país, culpando-o por práticas que desprotegiam imigrantes e por falhas em diversas áreas essenciais, como a gestão económica. Para ela, medidas importantes – como taxar os ricos ou limitar os aumentos de rendas – não serão implementadas sem uma Esquerda coesa e crítica.
"Não basta ter um voto a mais em favor do PS em detrimento do PSD", afirmou, destacando que as soluções não se encontram em alternâncias simples. Ela apontou ainda que o Serviço Nacional de Saúde não melhorou conforme prometido por figuras como Luís Montenegro, evidenciado pelo número crescente de urgências fechadas e pelo difícil acesso a cuidados médicos.
Criticando as políticas de ambos os principais partidos, Mortágua alegou que, enquanto o PSD teria nomeado a sua equipa de confiança para gerir o SNS, o próprio PS teria contribuído para a crescente participação do setor privado na gestão da saúde. Para a líder do BE, resolver estas questões passa também por reter profissionais qualificados e garantir uma gestão mais autónoma e eficaz.
Concluindo, a coordenadora do BE enfatizou que a actual conjuntura política exige uma Esquerda forte, com representação parlamentar decisiva e uma mensagem clara – mesmo num cenário dominado pela rapidez das redes sociais – para que seja possível enfrentar os problemas que assolam o país.