O Paquistão apelou à ONU para que as potências mundiais intervenham e evitem uma escalada do conflito com a Índia, após um ataque na Caxemira que resultou em múltiplas fatalidades.
O embaixador do Paquistão nas Nações Unidas, Asim Iftikhar Ahmad, fez hoje um apelo para que as grandes potências, especialmente os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), intensifiquem os seus esforços para evitar uma deterioração da crise com a Índia, que se agravou após um ataque em Caxemira controlada pela Índia, no qual 26 pessoas perderam a vida.
Ahmad argumentou que os países que desempenham um papel chave precisam de "atuar de forma mais proactiva e coordenada" para resolver o desentendimento histórico sobre a soberania na região de Jammu e Caxemira, após a acusação da Índia de que o Paquistão estaria por trás do atentado de 22 de abril. No entanto, o embaixador categoricamente rejeitou essas alegações, afirmando que não foram apresentadas provas concretas.
Durante a sua intervenção, Ahmad reafirmou a posição do Paquistão de condenar qualquer forma de terrorismo e propôs que os dois países retomen o diálogo, incluindo o debate sobre o terrorismo. "Se a Índia considera que o terrorismo é uma preocupação, é igualmente uma preocupação para nós. Estamos abertos ao diálogo. Quando conversamos, todas as questões devem ser discutidas abertamente", argumentou.
No entanto, o embaixador também fez um alerta à Índia, enfatizando que, caso o diálogo seja rejeitado, o Paquistão defenderá a sua soberania e integridade territorial. "Estamos empenhados em evitar uma escalada, mas prontos para agir em caso de agressão", declarou.
Em resposta a uma pergunta sobre a eventual utilização de armas nucleares em caso de autodefesa, Ahmad não excluiu essa possibilidade, mas evitou entrar em pormenores sobre como o Paquistão asseguraria os seus direitos.
O ataque em Pahalgam, uma popular localidade turística, foi descrito como um dos mais mortais dos últimos 20 anos na região, onde a tensão aumentou significativamente desde então, com o governo indiano a ordenar a retirada dos seus cidadãos do Paquistão e a aplicar uma série de sanções diplomáticas mútuas. Desde 1947, quando os dois países se tornaram independentes, a Caxemira tem sido uma fonte contínua de conflito entre as potências nucleares, que partilham uma extensa fronteira de mais de 2.900 quilómetros.