"Odinamismo do mercado de trabalho em Portugal apresenta resultados positivos"
O governador do Banco de Portugal elogiou a mobilidade no mercado laboral nacional, com aumentos salariais notáveis, durante um debate sobre o dinamismo europeu no Fórum BCE.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, destacou hoje a notável dinâmica do mercado laboral em Portugal, sublinhando a "mobilidade enorme" que caracteriza a atualidade. As suas declarações surgiram durante a apresentação de um estudo no Fórum BCE, que decorre em Sintra até quarta-feira, onde se discutiu o crescimento do dinamismo no mercado de trabalho europeu, que permanece inferior ao dos Estados Unidos e que, segundo o estudo, poderia estimular a inovação e o progresso tecnológico.
Após o debate, Centeno realçou a importância de mencionar os salários, sublinhando que, ao longo da última década, o mercado laboral europeu experienciou "uma mudança incrível". No que diz respeito à mobilidade, o governador referiu que uma parte substancial dos empregos em Portugal é ocupada por pessoas que trabalham em países diversos dos seus de origem, o que evidencia uma significativa flexibilidade.
Centrando-se no mercado de trabalho nacional, Mário Centeno mencionou que, nos últimos cinco anos, para cada novo emprego criado, foram celebrados 10 novos contratos, revelando assim uma impressionante mobilidade. Em termos salariais, ele afirmou que aqueles que mudaram de emprego registaram um aumento médio de 14% nos seus rendimentos, enquanto os que permaneceram nos mesmos postos viram um crescimento de 7% nos seus salários. "Isto demonstra que o mercado laboral está a operar de forma eficiente", declarou.
Por outro lado, Benjamin Schoefer, professor associado na Universidade da Califórnia, apresentou um estudo sobre a "euroesclerose", onde defende que o mercado laboral na Europa demonstra sinais de pouca dinâmica, especialmente em comparação com os EUA. Ele sublinhou que as diferenças nas instituições laborais entre os dois continentes impactam variáveis macroeconómicas, incluindo a qualidade dos empregos e a desigualdade, e podem dificultar a mudança de emprego.
O professor quis também destacar que, na Europa, muitos trabalhadores mantêm "empregos para toda a vida", um fenómeno que é particularmente acentuado em Portugal, onde cerca de um terço dos trabalhadores estão na mesma função há duas décadas ou mais. Diante desta realidade, Schoefer propõe reformas no modelo europeu que promovam o dinamismo do mercado de trabalho, visando fortalecer a inovação e o investimento capital.