Economia

Despesas do SNS em Trabalho Suplementar Sobem Atingindo 465 Milhões de Euros

Em 2024, o Serviço Nacional de Saúde viu os gastos em trabalho suplementar subir para 465 milhões, refletindo 17,9 milhões de horas de trabalho adicional, destacando a falta de especialistas na área.

01/07/2025 15:16
Despesas do SNS em Trabalho Suplementar Sobem Atingindo 465 Milhões de Euros

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou em 2024 um gasto significativo de 465 milhões de euros com 17,9 milhões de horas de trabalho suplementar, de acordo com um relatório publicado pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP). Este número representa um aumento de 5,3% em comparação com 2023, embora o custo associado às horas suplementares tenha subido apenas 0,12%.

Dos 17,9 milhões de horas adicionais, cerca de 36% foram realizadas por médicos, totalizando 6,4 milhões de horas, enquanto enfermeiros contribuíram com 5,6 milhões de horas. As Unidades Locais de Saúde (ULS) de Coimbra, Santa Maria e São José foram as que mais horas suplementares contabilizaram, com uma soma de 1,9 milhões, 1,3 milhões e 1,2 milhões, respetivamente. Essas instituições destacam-se devido à alta diferenciação de cuidados e à vasta gama de especialidades clínicas que oferecem, resultando numa procura elevada nas suas áreas de influência.

O total de despesas das três ULS mencionadas superou os 114 milhões de euros, o que equivale a aproximadamente 25% do investimento total em horas suplementares no SNS. Simultaneamente, o relatório indica um aumento de 3,6% nas horas contratadas para serviços médicos, refletindo uma despesa próxima de 230 milhões de euros, um aumento de 11,7% em relação ao ano anterior. Em geral, foram contratadas 6,3 milhões de horas, sendo que 5,1 milhões destas corresponderam a médicos 'tarefeiros', maioritariamente nas ULS do Algarve, Médio Tejo e Arrábida.

Em termos de absentismo, o SNS registou uma taxa média de 12,9%, semelhante ao ano anterior, mas com números mais elevados entre médicos internos (17,7%), assistentes operacionais (17%) e enfermeiros (15,3%). O CFP ressalta que o absentismo é uma preocupação fundamental devido ao impacto nos custos, pois pode levar à necessidade de contratação temporária e ao aumento da dependência de trabalho suplementar.

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