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Moscovo desmente atrasos nas conversações com Kiev

O Kremlin reafirma sua disposição para dialogar com a Ucrânia, após críticas do enviado dos EUA sobre a falta de avanços nas negociações.

há 6 horas
Moscovo desmente atrasos nas conversações com Kiev

Hoje, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou à imprensa que a Rússia não tem interesse em atrasar as negociações com a Ucrânia, respondendo diretamente às declarações do enviado especial dos Estados Unidos, Keith Kellogg. “Ninguém está a atrasar nada”, afirmou Peskov, enfatizando a intenção de Moscovo em atingir os objetivos da chamada "operação militar especial", que se refere à invasão da Ucrânia iniciada em fevereiro de 2022, por vias diplomáticas.

O porta-voz russo também dirigiu críticas a Kiev e Washington, acusando-os de obstaculizar possíveis avanços nas conversações, numa altura em que ainda não foi convocada uma nova ronda de negociações diretas entre as partes. A última reunião ocorreu a 2 de junho em Istambul, onde se chegou a um entendimento para facilitar a troca de prisioneiros de guerra.

Keith Kellogg, por sua vez, desqualificou estas acusações, considerando-as infundadas num post na rede social X. Ele reiterou o compromisso do Presidente dos EUA, Donald Trump, em resolver o conflito, enfatizando a necessidade de um "cessar-fogo imediato" e criticando a Rússia pelos ataques a "alvos civis" na Ucrânia. “As afirmações russas de que são os EUA e a Ucrânia que estão a empatar as conversações de paz não têm fundamento. O Presidente Trump tem sido coerente e inflexível na busca pela paz”, escreveu Kellogg.

As declarações surgem em um contexto de crescente atividade militar, com o exército russo a registar os maiores avanços em território ucraniano desde novembro do ano passado. Dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) confirmam que as tropas de Moscovo ocuparam 588 quilómetros quadrados de solo ucraniano em junho, após ocupações de 507 km² em maio, 379 km² em abril e 240 km² em março. O ritmo de expansão, no entanto, diminuiu durante o inverno, segundo as mesmas fontes.

Excetuando os primeiros meses da guerra em 2022, apenas em outubro (610 km²) e novembro (725 km²) do ano seguinte os avanços russos ultrapassaram os registados em junho.

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