Macron anuncia a visita inaugural de Merz a Paris e reforça manobras políticas, com planos para pressionar a Rússia e estreitar laços com a Polónia.
Paris, 07 de maio – O Presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou que o futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, realizará a sua primeira visita a Paris após assumir o cargo. O encontro acontece no contexto de uma nova fase da política europeia, onde Macron pretende consolidar uma estratégia para reforçar a união e a segurança no continente.
Merz, líder do partido conservador que triunfou nas eleições federais antecipadas de 23 de fevereiro, sucedeu Olaf Scholz durante uma mudança crucial no Bundestag. O cenário eleitoral evidenciou a vitória da CDU, com 28,6% dos votos, seguida pela alternativa de extrema-direita AfD (20,8%), SPD (16,4%), os Verdes (11,6%) e a Esquerda (8,8%), com Merz agora à frente de um governo de coligação com os sociais-democratas.
Dois dias após o encontro em Paris, Macron espera receber o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, na cidade de Nancy. A reunião visa a assinatura de um “tratado de amizade”, sublinhando o compromisso de estreitar as relações entre França e Polónia.
Em séries declarações, o chefe de Estado francês revelou que, nos próximos oito a dez dias, aumentarão os esforços para pressionar a Rússia. “Conseguimos convencer os americanos da possibilidade de uma escalada e, por conseguinte, de sanções contra Moscovo”, afirmou Macron, que se mantém em diálogo constante com Washington e Kiev para reforçar o cessar-fogo, ainda não aceite pelo Kremlin.
Após a reunião entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, realizada no Vaticano durante o funeral do papa Francisco, Macron destacou a importância de uma postura firme que vá ao encontro da necessidade de proteção da Ucrânia, equilibrando assim a pressão exercida exclusivamente sobre o país em guerra.
De forma paralela, a Rússia decretou um cessar-fogo total entre 08 e 10 de maio, em comemoração do 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial. O Kremlin informou que o presidente Vladimir Putin ordenou a suspensão das hostilidades por “razões humanitárias” para o Dia da Vitória, embora tenha alertado para possíveis retaliações. Convém recordar que, desde março de 2022, as negociações diretas entre Rússia e Ucrânia permanecem estagnadas.