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Itália planeia quase 500.000 vistos de trabalho para imigrantes não-europeus

O Governo italiano anunciou a emissão de 497.550 vistos de trabalho entre 2026 e 2028, mas especialistas consideram que a medida é insuficiente para a falta de mão-de-obra no país.

há 5 horas
Itália planeia quase 500.000 vistos de trabalho para imigrantes não-europeus

O Governo italiano, sob a liderança de Giorgia Meloni, anunciou a sua intenção de emitir cerca de 500.000 vistos de trabalho para cidadãos não-europeus entre 2026 e 2028. Este decreto, aprovado na segunda-feira pelo Conselho de Ministros, prevê a autorização de 497.550 entradas, sendo quase 165.000 esperadas para o próximo ano.

As novas autorizações cobrem diversas áreas, incluindo trabalho não sazonal e independente, bem como trabalho sazonal, especialmente nos setores agrícola e turístico, conforme reportado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Desde a sua eleição em 2022, Meloni, líder do partido de extrema-direita Fratelli d'Italia (FDI), estabeleceu a luta contra a imigração ilegal como uma prioridade. Contudo, o seu Executivo procura também aumentar os canais legais de imigração para trabalhadores não-europeus, a fim de mitigar a escassez de mão-de-obra num país que enfrenta um envelhecimento populacional e uma queda na taxa de natalidade.

O principal sindicato agrícola, Coldiretti, reconheceu a iniciativa do Governo como um avanço significativo para assegurar a disponibilidade de trabalhadores nos campos e, por conseguinte, garantir a produção alimentar. Entretanto, a CGIL, o maior sindicato de Itália, expressou preocupações sobre as novas quotas, afirmando que estas não refletem as dinâmicas reais da migração e as necessidades reais do mercado de trabalho.

De acordo com Maria Grazia Gabrielli, da CGIL, as solicitações de vistos têm ficado muito aquém das quotas disponíveis, salvo exceção do setor doméstico. Em 2023 e 2024, apenas 7,5% a 7,8% das quotas resultaram em autorizações de residência efetivas.

Gabrielli criticou ainda a abordagem do Governo em priorizar candidatos de países que realizam campanhas de desincentivo à emigração ilegal para Itália, sublinhando que a política migratória atual está repleta de lacunas legais utilizadas por organizações criminosas para explorar trabalhadores em situações vulneráveis.

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