Irão e huthis condenam bombardeio norte-americano que vitimou dezenas num centro de detenção de migrantes. Total de vítimas aéreas chega a 228.
O Irão manifestou o seu repúdio aos recentes ataques atribuídos aos Estados Unidos, qualificando-os de crimes de guerra, numa clara demonstração de desaprovação perante as investidas aéreas sobre o Iémen.
De acordo com um comunicado do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmail Baghai, os ataques visaram alvos civis, infraestruturas essenciais e residências em diversas regiões do país.
Segundo o grupo xiita houthi, que mantém fortes laços com o Irão, um bombardeamento contra um centro de detenção para migrantes na cidade de Saada resultou na morte de, pelo menos, 68 pessoas, deixando 47 feridas. O centro, que abrigava principalmente migrantes africanos, estaria supostamente sob a gestão e o conhecimento da Organização Internacional para as Migrações e do Comité Internacional da Cruz Vermelha.
Os huthis apelam agora às organizações internacionais para que investiguem e documentem o incidente, classificando-o como um massacre. Por sua vez, o CICV referiu que o centro não se encontrava sob a sua supervisão direta, tendo o Crescente Vermelho Iemenita colaborado na evacuação dos feridos e na assistência aos corpos.
Consoante dados da agência France-Presse, baseados em anúncios dos huthis, os ataques aéreos dos Estados Unidos no Iémen contabilizam agora 228 vítimas. Recorda-se que, a 15 de março, uma campanha de bombardeamentos em larga escala, ordenada pelo então Presidente Donald Trump, visava reduzir a capacidade dos rebeldes huthis de ameaçar a segurança da navegação no Mar Vermelho.