Helicópteros de combate a incêndios são fundamentais para Ourique e Moura
A CIMBAL alerta para a imperatividade de helicópteros de combate a incêndios em Moura e Ourique, destacando a urgência da primeira intervenção para prevenir a propagação dos fogos.

A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) emitiu um comunicado, acessível à agência Lusa, onde sublinha a carência premente de helicópteros ligeiros de combate a incêndios nas localidades de Moura e Ourique. Segundo a CIMBAL, a eficácia na primeira intervenção é crucial para prevenir a propagação das chamas.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais – DECIR 2025 previa a alocação de helicópteros bombardeiros ligeiros em Moura e Ourique, com início a 01 de junho e a vigorar até 15 de outubro. Contudo, a CIMBAL – que inclui 13 dos 14 municípios do distrito de Beja, excluindo Odemira que pertence à comunidade do Alentejo Litoral – assinalou que esta ação ainda não se concretizou, mantendo os centros de meios aéreos (CMA) de Moura e Ourique sem os necessários helicópteros.
Recentemente, um bombardeiro pesado foi, de forma provisória, colocado no CMA de Ourique. Porém, a CIMBAL esclareceu que este equipamento possui funcionalidades e operações bastante diferentes das requeridas pelos helicópteros ligeiros. "Os helicópteros ligeiros são essenciais para um ataque inicial rápido, ajudando a conter a propagação dos incêndios, desde que sejam mobilizados rapidamente e cheguem à ocorrência ainda numa fase inicial", explicou a CIMBAL.
O bombardeiro pesado, por outro lado, "requer um período considerável de preparação (entre 30 a 40 minutos) antes de levantar voo", sendo importante apenas numa fase posterior da combate aos incêndios, quando já se encontram numa dimensão maior.
Num contexto geográfico vasto, com áreas florestais e rurais e distâncias significativas entre os corpos de bombeiros voluntários, a CIMBAL reforçou que a prevenção imediata é imprescindível para proteger vidas e bens. Este ano, a acumulação de materiais combustíveis, resultante de chuvas tardias, agrava a situação.
A CIMBAL lamentou que em junho não tenha sido possível contar com os helicópteros ligeiros e apelou aos responsáveis da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para que disponibilizem urgentemente os dois helicópteros de ataque inicial.
Embora o número de ocorrências não tenha registado um aumento significativo comparado a anos anteriores, a área queimada nos 13 concelhos sob a CIMBAL já ultrapassa os 700 hectares, excedendo a área ardida nos anos passados. Esta contagem inclui, ainda, cerca de 1.000 hectares consumidos por um incêndio em Aljustre, elevando o total para perto de 1.700 hectares.
No âmbito nacional, a capacidade do dispositivo de combate a incêndios rurais foi reforçada, contemplando 11.161 operacionais e 69 meios aéreos, o que representa uma redução em relação ao que estava planeado. O DECIR contempla, nesta fase Delta, a necessidade de 79 meios aéreos, dos quais três são helocópteros da AFOCELCA, uma entidade dedicada à proteção florestal.
A ANEPC informou que atualmente regista 71 aeronaves operacionais, sendo que dois helicópteros ligeiros estão fora de serviço por manutenção.