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Governo francês escapa a nova moção de censura na controvérsia da reforma das pensões

O primeiro-ministro François Bayrou supera uma moção de censura apresentada pelos socialistas, após falhas nas negociações da reforma das pensões. A oposição continua crítica.

01/07/2025 22:25
Governo francês escapa a nova moção de censura na controvérsia da reforma das pensões

O governo liderado pelo primeiro-ministro francês, François Bayrou, evitou, nesta terça-feira, a oitava moção de censura, proposta pelos deputados socialistas, em meio à controvérsia em torno da reforma das pensões de 2023.

A moção falhou em alcançar os 289 votos necessários, recebendo apenas 189, devido à prevista falta de apoio dos deputados da extrema-direita da União Nacional (RN) e seus aliados da UDR (União dos Democratas pela República).

Após quase cinco meses de negociações relevantes para a aprovação dos orçamentos do Estado e da Segurança Social, os socialistas acusaram Bayrou de traição. Isso sucedeu após os diálogos sobre a reforma das pensões, parte do acordo inicial, terem terminado sem consenso.

O Partido Socialista criticou Bayrou por recusar-se a considerar a redução da idade legal de reforma e por não levar ao Parlamento um projeto de lei que abordasse essa questão, apesar das promessas de uma discussão com os parceiros sociais, onde o Parlamento teria a palavra final.

Bayrou, que tem estado sob crítica desde que assumiu o poder há seis meses, desconsiderou a moção de censura, tratando-a como uma piada. Respondendo aos ataques, a deputada socialista Estelle Mercier afirmou: "Ao quebrar a sua promessa, escolheu a desonra".

Bayrou, por sua vez, reafirmou o compromisso com o interesse geral, considerando que este se sobrepõe a todas as ameaças de censura. O primeiro-ministro prometeu apresentar melhorias ao orçamento da Segurança Social no Outono, abordando questões como a reforma para as mulheres, sem a redução da idade de reforma para 66,5 anos.

Ele destacou a necessidade de manter o equilíbrio financeiro do sistema da segurança social, alertando para as consequências que uma falha nesta área poderia acarretar, incluindo "uma guerra entre gerações".

O Outono promete ser desafiador para Bayrou, que enfrenta mais incertezas perante a apresentação do orçamento e a necessidade de gerar 40 mil milhões de euros em poupanças. A sua antecessora, Michel Barnier, já se demitira após apenas três meses no cargo.

O deputado Gaëtan Dussausaye, da RN, indicou que haverá uma “reunião sobre o orçamento” neste Outono, sublinhando que existem várias “linhas vermelhas”, como evitar novos estrangulamentos ao poder de compra dos franceses e a imposição de impostos adicionais às empresas, caso se mantenha o atual nível de vida do Estado.

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