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Friedrich Merz prestes a assumir a liderança da Alemanha com novos desafios

há 5 horas

Com um acordo firmado com os sociais-democratas, Friedrich Merz está prestes a ser o décimo chanceler alemão desde a Segunda Guerra Mundial, enfrentando a impopularidade e um panorama político complexo.

Friedrich Merz prestes a assumir a liderança da Alemanha com novos desafios

Friedrich Merz está prestes a ser investido como o décimo chanceler da Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com a cerimónia agendada para terça-feira, 6 de maio. A confirmação do seu novo cargo surge após um acordo de coligação estabelecido com o Partido Social-Democrata (SPD), liderado pelo chanceler cessante Olaf Scholz.

Apesar de conquistar um cargo tão importante, Merz, que lidera a União Democrata-Cristã (CDU), enfrenta um futuro complicado. Na sequência das eleições do passado mês de fevereiro, onde a CDU se coligou com o Partido Social-Cristão da Baviera (CSU), a sua popularidade já se revelou vulnerável. Antes mesmo de iniciar funções, ele já enfrenta críticas por ter cedido tanto à extrema-direita em questões de imigração quanto aos sociais-democratas para assegurar a governabilidade.

Uma sondagem recentente do Instituto Forsa indicou que apenas 21% dos entrevistados consideravam Merz uma figura de confiança, evidenciando uma queda significativa nas suas taxas de aprovação em comparação com meses anteriores.

Aos 69 anos, ele promete focar-se na unidade e na segurança europeia, especialmente face às tensões globais exacerbadas pela guerra na Ucrânia e pela nova administração americana liderada por Donald Trump. Em um discurso proferido na semana passada durante o congresso do Partido Popular Europeu (PPE) em Valência, Merz sublinhou a necessidade de pragmatismo em relação ao armamento e ao desenvolvimento conjunto de projetos.

Internamente, ele propõe a redução de impostos para revitalizar a economia, uma iniciativa que poderá esbarrar na resistência do SPD, seu parceiro de coligação. Contudo, as primeiras medidas de Merz poderão centrar-se em políticas de migração. O seu futuro ministro da Chancelaria, Thorsten Fei, afirmou que o próximo governo pretende endurecer as regras de imigração, rejeitando requerentes de asilo sem documentação na entrada do país.

Com a promessa de reforçar os controlos nas fronteiras desde o dia da sua posse, Merz edifica um caminho que poderá ser controverso, dada a necessidade de uma resposta coletiva da União Europeia em matéria de migração. A CDU/CSU propõe ainda cortar nas transferências sociais para imigrantes, alegando que muitos beneficiários estão aptos a entrar no mercado de trabalho, numa altura em que há vagas disponíveis no país.

“É essencial que tenhamos sucesso, não apenas para a Alemanha, mas também para a Europa e o mundo”, declarou Merz, transmitindo a urgência de promover uma economia robusta e uma sociedade coesa.

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