Economia

FMI alerta para o risco de inflação contínua em São Tomé e Príncipe

há 4 horas

Economista do FMI assinala que as perturbações na cadeia de abastecimento e a tensão comercial global poderão intensificar a inflação já elevada no arquipélago.

FMI alerta para o risco de inflação contínua em São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe enfrenta desafios económicos devido às recentes crises globais que perturbam a cadeia de abastecimento, elevando os preços dos produtos essenciais. Em entrevista à Lusa, durante os últimos Encontros da Primavera do Banco Mundial e FMI, o economista Thibault Lemaire destacou que o arquipélago vê-se obrigado a enfrentar um quadro inflacionista que, segundo o FMI, deverá alcançar 9,6% este ano – uma ligeira diminuição face à previsão anterior de 10,8%.

Apesar dos avanços resultantes da implementação do regime de paridade fixa com o euro, o especialista sublinhou que fatores como a disciplina orçamental fraca e a limitada capacidade produtiva interna continuam a pressionar os preços, prejudicando a competitividade dos produtos locais face aos importados.

O impacto das recentes decisões, como o aumento das tarifas comerciais promovido pelo então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi também debatido. Lemaire afirmou que, embora o efeito imediato seja quase imperceptível, os reflexos indiretos poderão afetar a economia de São Tomé e Príncipe, principalmente pela dependência do país em financiamentos internacionais e investimentos do turismo.

Em contrapartida, as autoridades locais minimizaram a preocupação com a tarifa de 10% imposta às exportações para os EUA, sustentando que a economia do país não se encontra diretamente vinculada a esse canal de receitas. O ministro do Estado e da Economia e Finanças referiu que a performance das divisas não depende exclusivamente das exportações para os Estados Unidos.

Num cenário global que se mostra incerto, Gareth Guadalupe defende a exploração de novas oportunidades, nomeadamente através de um projecto de "cidadania por investimento". Esta abordagem visa atrair investidores que procuram não só oportunidades económicas, mas também segurança e direitos de propriedade, configurando-se num paralelo aos programas de 'vistos gold' implementados em outros países, como Portugal.

Além disso, Guadalupe referiu que, num ambiente de guerra comercial, onde os EUA continuam a ser um "price maker", pode existir a vantagem de uma eventual redução nos preços dos combustíveis – um benefício temporário enquanto o país não efetua uma transição energética.

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