O governo norte-americano defende a separação da Google do seu braço publicitário, em resposta a uma decisão judicial que a considera culpada de práticas monopolistas.
O governo dos Estados Unidos manifestou, esta sexta-feira, a sua posição favorável ao desmantelamento da divisão publicitária da Google, alinhando-se com a análise feita pela juíza federal responsável pelo caso que classifica a empresa como culpada de monopólio. Julia Tarver Wood, representante do Departamento de Justiça (DoJ), expressou a sua preocupação durante uma audiência em Alexandria, Virginia, apontando que a Google, subsidiária da Alphabet, já encontrou formas de se esquivar da legislação vigente.
Para o Ministério Público, permitir a continuidade de "um monopólio reincidente" não resolveria os problemas relativos à excessiva influência da Google no mercado da publicidade digital. Esta audiência é parte de um novo processo que visa definir a penalização a ser aplicada à empresa, uma decisão que deverá ser tomada até ao final de setembro.
A juíza Leonie Brinkema já havia determinado, em julho, que a Google detém um monopólio no que toca a programas informáticos para a colocação de anúncios online e na intermediação entre anunciantes e editores.
O DoJ propõe que a Google se separe destas duas operações para mitigar a sua posição dominante. Num caso distinto, o juiz federal Amit Mehta concluiu que a Google também abusa da sua posição no setor das pesquisas online.
Ainda que as modificações de comportamento tenham sido sugeridas pela Google, como compromissos de partilha de dados com anunciantes e editores, a advogada do grupo, Karen Dunn, realçou as "questões de credibilidade" que pairam sobre a empresa e a sua disposição para que essas mudanças sejam supervisionadas.
A juíza Brinkema incentivou ambas as partes a que cheguem a um acordo, com vista a evitar atrasos e custos adicionais ao processo.