Manifestação histórica na Avenida da Liberdade torna-se resposta política, com os partidos de esquerda a denunciar políticas desfasadas do Governo e a reivindicar mudanças para as eleições de maio.
Num 25 de Abril marcante, os partidos de esquerda – incluindo PS, BE, PCP, Livre e PAN – reuniram-se na Avenida da Liberdade, em Lisboa, para celebrar a liberdade e, ao mesmo tempo, criticar duramente o executivo do PSD/CDS. A manifestação, que reuniu milhares de cidadãos, foi interpretada como um recado contundente ao Governo, acusado de se afastar do sentir popular.
Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, não poupou críticas, afirmando que o Governo se manteve à margem dos acontecimentos históricos que simbolizam a luta pela liberdade. Segundo ele, esta eleição de 18 de maio representará uma "mudança segura", dado que o atual Executivo "está distante dos desejos do povo".
Por sua vez, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, defendeu que o desfile é uma “língua de alerta” para um Governo que tenta adiar as celebrações, argumentando que a democracia e o povo não esperam por conveniência política. O PCP, através do seu secretário-geral, Paulo Raimundo, e o porta-voz do Livre, Rui Tavares, reiteraram a importância de manter vivas as memórias do 25 de Abril e do primeiro voto livre, fonte da legitimidade dos governos.
Enquanto a esquerda aproveita o marco para instar uma renovação política face às ameaças à democracia, o partido IL, representado por Rui Rocha, minimizou as críticas, referindo-se ao episódio como uma "falha de comunicação" do Governo. Segundo Rocha, as celebrações verdadeiras devem vir do povo e não de atos institucionais controlados.
Entre críticas e elogios, esta manifestação reafirma a relevância do 25 de Abril enquanto símbolo de conquista e alerta para a constante defesa da liberdade.