Eleições no Canadá: Desafios e Viragem Política Sob a Sombra de Trump

Num ambiente de crescente tensão global, o Canadá prepara-se para eleições antecipadas que poderão definir o rumo político do país. As ameaças do presidente dos Estados Unidos, com declarações sobre a possível incorporação do Canadá como o 51.º estado, inauguraram um período de incerteza que impulsionou mudanças notáveis nas sondagens eleitorais.

Mark Carney, líder do Partido Liberal, emergiu com força no cenário político. Conhecido internacionalmente pela sua função enquanto governador dos bancos centrais no Canadá e no Reino Unido, Carney propõe um ambicioso plano de investimento público de 130 mil milhões de dólares, destinado a revitalizar a economia e a proteger a soberania nacional face às tarifas impostas pelo governo norte-americano.

Do outro lado, Pierre Poilievre, candidato do Partido Conservador, é conhecido pelo seu estilo combativo e defesa de políticas como os cortes fiscais, a redução do tamanho do Governo e medidas rigorosas de segurança. Apesar das semelhanças com a retórica de Trump, Poilievre tem tentado distanciar-se dessa imagem, mesmo enquanto apresenta propostas como a eliminação do imposto sobre o carbono e a flexibilização da legislação ambiental para promover os recursos naturais.

Outros nomes também marcam presença na corrida eleitoral, como Jagmeet Singh, do Novo Partido Democrático, que aposta em políticas sociais robustas, e Yves-François Blanchet, do Bloco do Quebeque, que procura responder às alterações no sentimento separatista no Quebec. Num sistema uninominal onde cerca de 28 milhões de cidadãos elegem os 343 deputados para a Câmara dos Comuns, o partido que conquistar a maioria será incumbido de formar o Governo num cenário político com desafios económicos e geopolíticos sem precedentes.