Em 2024, o Grupo EDA alcançou um lucro líquido de 10,4M€, com dividendos de 5,222M€ aprovados, num cenário marcado por ajustes históricos e desafios operacionais.
O Grupo EDA – Eletricidade dos Açores apresentou, em 2024, um resultado líquido positivo de 10,4 milhões de euros, representando uma redução de 6,6 milhões face a 2023. A entidade, que integra também as subsidiárias EDA Renováveis, SEGMA e GLOBALEDA, esclarece que os números foram fortemente influenciados por dois episódios extraordinários: a correção à compensação tarifária de 2022, com efeitos em 2023, e uma indemnização decorrente de uma avaria ocorrida em 2021.
Na assembleia geral foram aprovadas distribuições de dividendos totalizando 5,222 milhões de euros, correspondendo a 0,373 euros por ação. O capital social da elétrica açoriana está distribuído entre a Região Autónoma dos Açores (50,1%), a ESA (39,7%), a EDP (10%) e uma pequena fração que inclui investidores individuais e emigrantes (0,2%).
Em termos operacionais, os números revelam um resultado de 24,4 milhões de euros, uma queda de 6,3 milhões face a 2023, e um EBITDA de 60,5 milhões de euros, 5,2 milhões inferior aos valores homólogos. Apesar de ter registado um volume de negócios recorde em 2023 (280M€), o grupo atingiu em 2024 o segundo melhor desempenho, com 274,7 milhões de euros.
O relatório também assinala uma diminuição de 8,9% nas vendas de energia elétrica, consequência da expansão na procura (2,7%) combinada com uma redução de 11,2% no preço médio de venda. Em contrapartida, a compensação tarifária contabilizada em 2024 subiu 10,6%, atingindo cerca de 111,2 milhões de euros.
No balanço, o passivo total foi de 406 milhões de euros, o ativo líquido alcançou 628,1 milhões e os capitais próprios tiveram uma ligeira subida, situando-se nos 221,5 milhões de euros (aumentados 1,7%). Os financiamentos fecharam em 327,4 milhões, uma redução de 8,8 milhões, embora os encargos financeiros tenham subido 12,9% (1,2M€) face aos empréstimos contraídos, com 89% da dívida considerada não corrente.
No setor energético, a emissão elétrica nos Açores cresceu 3,1%, atingindo 861,2 GWh. Contudo, a energia de origem renovável injetada na rede (excluindo a produzida a partir de resíduos sólidos urbanos) recuou, representando 32,7% do total com 281,5 GWh, em comparação com os 34,9% de 2023. A produção geotérmica em São Miguel aumentou 2,2%, mas registou um decréscimo global de 3,4%, afetada pelo declínio em Terceira. Por outro lado, a energia eólica – que constituiu 7,7% da emissão total – sofreu uma queda de 9,6%, agravada tanto por condições climatéricas adversas como pelo processo de renovação dos parques nas ilhas de Santa Maria, São Jorge e Flores.