Política

Direita rejeita inquérito ao apagão energético liderado pelo Livre

PSD, CDS e Chega votaram contra a proposta de inquérito parlamentar do Livre sobre o apagão energético de 28 de abril, enquanto o PS optou por se abster.

27/06/2025 12:45
Direita rejeita inquérito ao apagão energético liderado pelo Livre

A proposta do Livre para a criação de um inquérito parlamentar a respeito da preparação e resposta a crises energéticas, após o significativo apagão de 28 de abril, foi vetada esta quarta-feira por PSD, CDS e Chega. O PS, Iniciativa Liberal e PAN decidiram abster-se, ao passo que PCP, Bloco de Esquerda e Juntos Pelo Povo manifestaram o seu apoio.

No mesmo bloco de votações, uma proposta do PCP para incluir um aditamento ao diploma relacionado com o apagão foi igualmente reprovada, resultando na abstenção do PS e PAN. Durante o debate em plenário, os partidos da direita consideraram a iniciativa do Livre como "extemporânea", referindo que medidas para a melhoria da resiliência energética de Portugal estão a ser preparadas pelo Governo.

O Chega, por seu lado, acusou o Livre de estar a tentar proteger o Partido Socialista, apontando que a iniciativa visa desviar as atenções das responsabilidades dos governos socialistas nas suas escolhas de políticas energéticas. Em tom crítico, o deputado Jorge Pinto, do Livre, destacou que o apagão teve repercussões económicas significativas, estimadas em até mil milhões de euros, e enfatizou a necessidade de compreender as falhas para evitar que episódios semelhantes se repitam no futuro.

A resposta do PS, através do deputado Pedro Vaz, foi negativa a um inquérito parlamentar, sublinhando que a bancada socialista irá formar um grupo de trabalho sobre as causas do apagão no contexto da comissão de ambiente.

O deputado da Iniciativa Liberal, Jorge Teixeira, reconheceu a gravidade da situação, que afectou serviços essenciais, mas sublinhou que a discussão deve ocorrer primeiramente nas comissões parlamentares. Por outro lado, o deputado do Chega, Pedro Frazão, fez duras críticas à proposta, associando o Livre a "terroristas climáticos" e condenando a subordinação da política aos ideais ambientais.

Mariana Mortágua, pelo Bloco de Esquerda, denunciou essa retórica e defendeu uma abordagem equilibrada, alertando para os riscos de uma influência excessiva dos lobbies do setor nuclear e fóssil.

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